Procura de mão de obra mais barata abre as portas para a ascensão da mulher na sociedade. O primeiro passo foi dado ainda na primeira fase da Revolução Industrial na Inglaterra, no final do século 18. Quem produz menos, deve ganhar menos. Esta é a conclusão dos proprietários de indústrias. Os mesmos que contratam crianças. Estas produzem menos do que as mulheres, por isso ganham menos do que elas. Mesmo morando na fábrica, submetidas às violências físicas e morais, não podem receber melhores salários. Para muitas famílias inglesas é a alternativa para os filhos não morrerem de fome nas ruas de Manchester, Sheffield ou Londres. A reação política para a exploração de homens, mulheres e crianças é pífia e, quando ocorre, é severamente peitada pelo exército real.
Ninguém sabe quem está com a razão, mas o país está polarizado. A oposição não esconde o seu perfil conservador e junta argumentos de toda ordem contra o governo. As acusações são de ligações com o esquerdismo e suas teses contra o capitalismo. O mote da direita é a defesa da liberdade, da democracia e da propriedade privada. Esta é a que sofre os maiores ataques, sendo classificada por alguns de um verdadeiro roubo. Os proprietários rurais são acusados de grilarem as terras, constituírem grandes latifúndios, muitas vezes improdutivos. Só ter a posse da terra já garante fortuna e reconhecimento social.
Disputa da prefeitura de São Paulo caminha para um confronto ideológico. As campanhas, ao invés de focarem nos problemas da megacidade, elegem o confronto político entre conservadores e progressistas. A população acompanha boquiaberta debates que falam em marxismo, exploração do homem pelo homem, reforma agrária na marra, ataques contra a religião, geração de mais-valia e outras coisas ininteligíveis. Parece um debate acadêmico em uma defesa de dissertação de mestrado e não uma campanha para ser prefeito da maior e mais poderosa cidade do Brasil.
Ele está, como diz a sabedoria popular, em um mato sem cachorro. A Polícia Federal está em seu encalço. Entre as traquinagens do famoso político está a compra superfaturada de produtos para o Ministério da Saúde. Há investigação sobre as sobras do dinheiro arrecadado para a campanha e suspeita-se que parte dele tenha sido transferida para o exterior. As denúncias cada vez mais intensas são responsáveis pela queda de aceitação do seu governo. A sua popularidade despenca mesmo se deixando fotografar fazendo exercícios em academias, ou pilotando um jet ski ou jato da FAB. A chamada “lua de mel” entre a opinião pública e o governo se exaure rapidamente com o insucesso da política econômica, que não é capaz de estancar o ritmo da inflação.
O desejo de controlar os meios de comunicação foi tão intenso no Brasil. Isso não está fora do cenário internacional. Vários países do mundo, dirigidos por líderes autoritários, sejam de direita ou de esquerda, fazem a censura abertamente. Alegam que é preciso impedir que fake news perturbem a paz social e política do país. Os que insistem em divulgar notícias contrárias ao governo são rotulados como traidores da pátria, agentes estrangeiros infiltrados e, por isso, merecem o maior castigo. O mais comum é a prisão sem direito à defesa e a saberem exatamente o porquê de estarem sendo mantidos em verdadeiras masmorras.
Sonho das classes privilegiadas é viajar confortavelmente. Para isso não economizam para comprar uma passagem em um convés privilegiado do maior transatlântico do mundo. O preço das cabines no novíssimo navio varia de acordo com a colocação a bordo. As externas são mais caras do que as internas. Há cabines luxuosas que custam duas ou três vezes mais do que a média de preço a bordo, mas são mais confortáveis que qualquer outra na embarcação. A primeira classe inclui ginásio, com equipamentos modernos, quadra de squash, sala de fumar com pinturas de Norman Wilkinson e lareira.