Capelã hospitalar, escritora, conferencista, diretora,... Ela é pura inspiração. De bem com a vida, com o trabalho e em sintonia com a vida e o amor, é movida a desafios, projetos e a felicidade de ajudar o próximo. Dona de um sorriso largo, a simpatia em pessoa, é a típica mulher contemporânea, trabalha muito - e com prazer, para dar conta da demanda que é grande: casa, marido, filhos, trabalhos e ainda realizar os sonhos de inúmeras pessoas – crianças e adultos em suas mais importantes fases da vida, inclusive no alívio de dores emocionais.
Eleny Vassão é mãe de 4 filhos: Dalton, Davi, Denis e Daniel, avó de 11 netos e quase bisavó. Ficou viúva aos 37 anos, com os filhos entre 6 e 13 anos e, depois de 03 anos se casou com o Pastor Gavin Levi Aitken, missionário americano no Brasil, que trouxe mais 2 filhos para aumentar a turma: Todd e Aimee.
Formada em Artes Plásticas, iniciou o Seminário Teológico para se preparar para um sonho: ser capelã hospitalar. Fez Mestrado em Aconselhamento Bíblico e também ajudou a introduzir Cuidados Paliativos no Brasil, dando cursos nas Faculdades de Medicina com a equipe do Prof. Dr. Marco Túllio de Assis Figueiredo.
Capelã hospitalar há 40 anos, iniciou o trabalho como Capelã Evangélica Titular do Hospital das Clínicas da FMUSP, em paralelo do Instistuto Infectologia Emílio Ribas, Hospitais Pérola Byington do Servidor Público do Estado de São Paulo e outros. É Capelã-missionária do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil e participa também da Capelania da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em todos eles, ela trabalha em período integral, sem remuneração.
E não para por aí. Eleny é autora de 43 livros e coordenadora de Cursos, com capítulos em diversos livros de medicina e coordenadora de cursos para a formação de Capelães Hospitalares (1.200 horas de treinamento teórico e prático em capelania na saúde) além de organizar Seminários e Congressos na área de Saúde Mental, de Medicina para a Alma e também de Espiritualidade em Cuidados Paliativos.
Fundou a ACS – Associação de Capelania na Saúde, entidade religiosa, filantrópica e humanitária de assistência social, emocional e espiritual, da qual é Diretora Geral e também a IBA – Instituto Beneficente Aconchego e, há 14 anos, iniciou a Casa do Aconchego, entidade social de apoio às crianças com doenças graves em tratamento nos hospitais de São Paulo e suas famílias, que hoje atende como casa-dia e hospedaria, de forma totalmente gratuita.
E foi nesse clima de evento no Seminário “Escolha a Vida - Espiritualidade Cristã na Prevenção ao Suicídio”, realizado no Mackenzie no último dia 04 de março, que surgiu a ideia de batermos um papo pra lá de especial sobre essa pauta mundial, inclusive, tão necessária na vida das pessoas: Saúde mental e espiritual. E gentilmente, Eleny Vassão dividiu com o Universo de Rose um pouco de sua história, formação, dia a dia, e teve até receitinha de felicidade, dentre outras curiosidades. Confira!
Universo de Rose – Eleny, o que faz uma capelã hospitalar?
Eleny Vassão – Um capelão ou capelã hospitalar é alguém capacitado em teologia e também através de cursos teóricos e treinamento prático, reconhecidos, em Capelania na Saúde. Presta assistência espiritual, emocional, recreativa e social aos enfermos, seus cuidadores familiares, profissionais da saúde e funcionários nos hospitais. Coordena uma equipe capacitada de visitadores hospitalares para atendimento em todos os setores. Seu objetivo é levar esperança, humanização da assistência hospitalar e qualidade de vida nos hospitais. A Capelania cuida da medicina para a alma, integrando-se à Equipe de Saúde, na qual discute casos e faz os atendimentos diários, tanto dentro dos hospitais como na visitação domiciliar pós-alta, através das igrejas as quais treina para este fim. Trabalha com Cuidados Paliativos, ajudando na mediação de conflitos, preparação para a morte e o luto da família, assim como colabora na preparação de profissionais para a assistência em casos graves. A assistência da Capelania envolve visitação diária leito a leito, cuidado espiritual através do aconselhamento, música e atividades artísticas nos hospitais, artesanato no leito e com profissionais da saúde, organização de eventos e outros.
UR – Qual a diferença da capelania hospitalar e empresarial?
EV – Capelania Hospitalar trabalha com o sofrimento da alma diante da enfermidade e acidentes que atingem a parte física e emocional. Mas estende-se também aos trabalhadores de cada hospital que, por si, também é uma empresa. Eles são atendidos pela Capelania Hospitalar. Podemos alcançar as empresas em geral através de palestras e aconselhamento pessoal, estimulando-os a lidar com suas crises pessoais, familiares, relacionais no ambiente de trabalho e outras. Mas, graças a Deus, a Capelania Empresarial pode fazer isso de maneira contínua, focada, e nós podemos agir mais no contexto hospitalar, que exige um perfil diferente de pessoas.
UR – E sobre a fundação da Casa do Aconchego... fale um pouco sobre isso.
EV – A Casa do Aconchego foi um projeto que nasceu no coração de uma de nossas capelãs, Priscila Casaréggio, e foi coordenado e desenvolvido por mim e uma equipe de apoio, visando oferecer, em primeiro lugar, o acolhimento integral às mães de crianças com enfermidades graves que eram atendidas no Hospital das Clínicas de SP. Em uma certa etapa, a Casa beneficiou, também, as famílias de pacientes com AIDS que atendíamos desde 1983, no IIER. Hoje, temos como presidente o Dr. Paulo Tsai, que tivemos o privilégio de preparar como capelão e que também foi membro da Diretoria da ACS e hoje é da IBA – Inst. Beneficente Aconchego.
UR - E também a Fundou a ACS – Associação de Capelania na Saúde...
EV – Siiim, é uma entidade religiosa, filantrópica e humanitária de assistência social, emocional e espiritual, da qual sou Diretora Geral. Fundei também a IBA – Instituto Beneficente Aconchego e, há 14 anos, iniciei a Casa do Aconchego, entidade social de apoio às crianças com doenças graves em tratamento nos hspitais de São Paulo e suas famílias, que hoje atende como casa-dia e hospedaria, de forma totalmente gratuita. (www.capelanianasaude.org.br)
UR – Diante de tanta pluralidade, o que lhe é mais importante nesta vida?
EV – Minhas prioridades são:
1. Meu relacionamento com Deus, através de Cristo, que me ama mesmo em meio às minhas fraquezas, dirige a minha vida em cada detalhe e me dá razão para viver, servir e forças para lutar em meio à cada deserto que tenho que atravessar.
2. Minha família, presente de Deus, a quem posso amar e servir, gozando de um relacionamento muito bom. Tenho procurado passar a eles os valores resultantes de um relacionamento com Deus, que dá sentido à nossa existência.
3. Meu ministério de Capelania, através do qual tenho o privilégio de ver Deus usar a minha vida e das minhas equipes, levando esperança em meio à dor e respondendo questões da alma que nada mais responde.
4. As pessoas, a quem, mesmo não conhecendo, posso demonstrar o amor de Deus, levando-as a conhecê-Lo melhor e experimentar o Seu perdão e paz.
UR - Quem pode se vincular a esse trabalho tão nobre?
EV – Como a ACS é uma entidade evangélica, membros de igrejas evangélicas de todas as profissões, recomendadas por seus pastores e aprovadas após os cursos de capacitação da ACS podem participar deste ministério.
UR – A demanda é grande... Como administra seu tempo de forma proveitosa entre o pessoal de casa e os de fora - trabalho, ministério...?
EV – Acordo conversando com Deus e pedindo-Lhe que dirija o meu dia encaixando as Suas prioridades na minha vida. Sempre dá tempo para tudo, mesmo que, quando olho na minha agenda, duvide que dê!
UR – Conselho pra quem já tentou de tudo na vida mas está meio perdidão por aí?
EV – Abra o coração com Deus e também com alguma amiga de confiança. chore, fale, ouça, e lembre-se que o amor de Deus não tem fim. Ele se renova a cada manhã. Nele há perdão e propósito de vida. Ele promove a felicidade que independe das circunstâncias. Ele transforma vales áridos em mananciais e aquieta as turbulências das nossas almas.
UR – Felicidade no seu entendimento é...
EV – Ter o coração tão cheio da paz de Deus que a Sua luz ilumine de dentro para fora, alcançando muita gente ao redor. Vale a pena viver!
UR – Alguma dica pra manter o pique?
EV – Bater um bom papo com Deus antes de começar o dia (Bíblia e oração); nutrir um bom relacionamento com o cônjuge e o restante da família; Atividade física (faço hidroginástica 3 x p/semana); Alimentação equilibrada; Hobbies ( o meu é ler e também desenhar rostos); Aprender a viver bem em meio às turbulências da vida.