Durante a festa de lançamento da 31ª edição do Restaurant Week São Paulo, na noite do último dia 26 de setembro, foi notada no local a presença de Michele Crispim, que gentilmente me concedeu essa rápida entrevista. Ela venceu em 2017 a quarta temporada do “Masterchef Brasil”, aclamado talent show de culinária da Band.
Desde então, o programa lhe abriu muitas portas e fez a jovem catarinense mudar da área de gestão de pessoas para o universo da gastronomia, no qual ela passou a ministrar aulas de culinária, gerar conteúdo para a internet com o compartilhamento de suas receitas e passou “para o outro lado do balcão” em competições como a que participou.
Neste ano de 2023, Michele se juntou a Carole Crema e Lucas Corazza no time de jurados do talent show de confeitaria “Que Seja Doce”, exibido pelo canal pago GNT, da Globosat, que é apresentado pelo chef Felipe Bronze. Além disso, Michele também integra no GNT o programa “Quanto Vale Este Doce” (focado em empreendedorismo) e apresentou no canal o programa “Esse Doce Tem História”. Mas por um breve momento, também voltou aos seus tempos de competidora no streaming, por meio do reality de gastronomia “Iron Chef Brasil”, apresentado pela atriz Fernanda Souza e pela chef Andressa Cabral na Netflix. Confira nossa conversa abaixo:
Marcos Paone - Michele, qual é avaliação que você faz do “Masterchef” atual e da evolução dele desde que você participou até agora?
Michele Crispim - Olha, o “Masterchef” revolucionou a forma como as pessoas enxergam a gastronomia. A minha edição já faz bastante tempo, foi em 2017, então desde lá eu acho que o “Masterchef” vem sempre evoluindo, com candidatos sempre muito fortes e se preparando, porque sabem que a competição é muito difícil e quanto mais o tempo vai passando, mais eles têm referência pra estar estudando os candidatos amadores e chegarem bem preparados para os desafios.
MP - Você já tinha alguma experiência com gastronomia de alto padrão antes de entrar pro “Masterchef Brasil”?
MC - Tem dois tipos de “Masterchef’: Um é o amadores e o outro é o profissionais.
MP - Você participou do amadores, né...
MC - Do amadores. Quem participa do “Masterchef Brasil” (amadores) não pode nunca ter trabalhado em restaurante, nem ter estudado, feito faculdade na área (de gastronomia). São sempre pessoas comuns, que têm outras profissões, mas que são muito interessadas em gastronomia. Então eu assistia programas, eu tinha livros, eu cozinhava bastante, mas não tinha experiência profissional.
MP - O que mudou para melhor na sua vida profissional após sua participação no “Masterchef”? E se você não tivesse vencido a quarta edição do programa, você acredita que estaria exercendo qual tipo de atividade agora?
MC - Eu entrei no “Masterchef” com o objetivo de mudar minha carreira profissional. Eu era formada em gestão de pessoas, trabalhava completamente em outra área, mas era apaixonada por gastronomia. Então o “Masterchef” me possibilitou fazer essa transição de carreira. Depois eu estudei, eu fiz (a conceituada escola de gastronomia internacional) Le Cordon Bleu e continuei trabalhando na área. São seis anos que a minha vida é todos os dias na gastronomia, mesmo não estando dentro de um restaurante, mas participando de eventos, dando aulas, estudando, compartilhando as minhas receitas nas minhas redes sociais… Foi a partir do “Masterchef” que eu mudei a minha carreira e estou muito feliz fazendo hoje o que eu gosto.
MP - O curso da Le Cordon Bleu que você fez foi na França ou aqui no Brasil?
MC - Foi no Brasil, eu fiz o curso de pátisserie, por isso hoje eu estou no “Que Seja Doce”, no “Quanto Vale Esse Doce”, já apresentei também um outro programa no GNT que se chama “Esse Doce Tem História”, então minha vida agora está mais voltada para a área dos doces.
MP - Nessa última temporada do “Masterchef Brasil” (décima edição, 2023) o participante Wilton, que ficou na vice-liderança, foi quem ganhou o curso de pátisserie do Le Cordon Bleu enquanto a Ana Carolina (que venceu sua edição, assim como a Michele) vai fazer o curso geral…
MC - Sim, eu mudei. Eu optei por mudar.
MP - Ah, você mudou?
MC - Eu ganhei o curso de cozinha, mas optei por fazer pátisserie.
MP - E qual a diferença de pátisserie pra confeitaria comum, por exemplo?
MC - Pátisserie é confeitaria francesa. Então são as bases, as técnicas francesas de confeitaria.
MP - Que é algo mais elaborado comparado com uma confeitaria comum...
MC - Não dá pra gente dizer o que é melhor, mas elas são as bases. Se você sabe as bases da pátisserie, que são da confeitaria francesa, você tem repertório para trabalhar com diversas áreas. Eu posso utilizar as técnicas, mas com ingredientes nacionais, para que eu possa criar novos pratos com identidade brasileira.
MP - Em relação a sua participação no “Masterchef”, antes de ganhar você teve aquele nervosismo de ser avaliada… Como você avalia o que passou na época e hoje? Você acredita que se superou e foi além das suas expectativas iniciais?
MC - Recentemente eu participei de um outro reality de gastronomia que se chama “Iron Chef Brasil”, que está no ar na Netflix, então eu passei novamente por essa sensação de ser avaliada, de trabalhar sobre pressão e continuo achando que os candidatos que vão melhor nessas competições são aqueles que têm bastante inteligência emocional. Não basta você ter a técnica, você tem que saber lidar com essa pressão e acho que consigo lidar com isso. Eu gosto de desafio, então tenho essa vantagem de ser uma pessoa calma, de estar calma e permanecer calma durante os desafios. Um conselho que vou dar agora para as pessoas que vou avaliar é que não adianta ser o melhor confeiteiro. Se você não conseguir ter uma boa estratégia e um planejamento pra usar o seu tempo e controlar o seu emocional, você não vai conseguir apresentar o seu trabalho.
Quinta, 12 Outubro 2023 02:32
Michele Crispim, campeã do “Masterchef Brasil 2017”, nos conta novidades
Escrito por Marcos Paone
Publicado em
EntreVIPs
Marcos Paone
Redator, repórter, blogueiro e assessor. Estudei jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, em SP. Sou um paulistano apaixonado por televisão desde criança e minhas opiniões sobre o assunto em redes sociais me renderam convites para escrever em sites especializados, com passagem por veículos como o extinto site Almanaque da TV. Também escrevo sobre ações sociais, ativismo LGBT+ e sustentabilidade.
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