Cuidado com o colesterol
No dia em que é comemorado o Dia do Coração (29 de setembro), a Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta para o aumento de mortes por infarto nas mulheres. Estilo de vida mais saudável é apontado como uma das formas de prevenção.
As mulheres brasileiras estão merecendo maior cuidado, uma vez que já estão morrendo tanto de infarto como os homens, nas grandes cidades, e para diminuir essa verdadeira epidemia de mortes por doenças cardiovasculares, os cardiologistas vão recomendar que mantenham limites mais baixos do LDL. O chamado ‘colesterol ruim’ não poderá ultrapassar 100 mg/dL (miligramas por decilitro de sangue) nas mulheres com risco intermediário de infarto e deve ficar abaixo de 70 mg/dL para aquelas que são consideradas como de risco alto.
Hermes Toros Xavier, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que o LDL é uma fração do colesterol que se gruda na parede das artérias, onde forma placas que, quando se rompem, levam à formação de coágulos que podem entupir uma artéria. “Quando essa artéria é uma das que alimentam o músculo do coração, ocorre o chamado infarto do miocárdio”, explica ele.
A preocupação dos médicos é que o paciente não sente sintomas enquanto a placa vai se formando ao longo de 30 ou 40 anos, a chamada aterosclerose subclínica, e por isso é preciso classificar o risco. São considerados de alto risco aqueles que já tiveram algum problema cardíaco, os diabéticos ou os portadores de múltiplos fatores de risco como pressão alta, tabagismo, obesidade e sedentarismo.
“Recomendamos que um estilo de vida mais saudável seja adotado o mais precocemente na vida e que as pessoas procurem seus médicos para a realização de exames capazes de detectar a presença de fatores de risco, como o colesterol, que deverá ser tratado quando muito elevado.”, salienta Hermes.
DESCONFIAR É PRECISO
Hermes Xavier diz que a mortalidade por infarto é alta entre as mulheres também porque elas nem sempre desconfiam dos primeiros sinais, “uma dor no peito que demore mais de 10 minutos e que pode se irradiar pelo braço, pescoço e costas e que é desencadeada por um esforço físico ou emoção forte”.
Se um homem tem esses sintomas, ele sempre pensa num infarto e busca ajuda médica, explica o cardiologista, mas a mulher, culturalmente mais preocupada com câncer de mama ou de colo de útero, geralmente não desconfia que a dor pode ser um problema cardíaco. Demora muito para se decidir a ir a um Pronto Socorro e com isso aumenta a gravidade do problema e o risco de óbito, pois quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maior a chance de recuperação.
A maior preocupação dos médicos com a saúde da mulher decorre do fato de que, ao longo de décadas, as campanhas da Sociedade Brasileira de Cardiologia foram eficazes junto à população masculina, que hoje tem consciência do risco da hipertensão, do colesterol alto e que atualmente tem um nível de fumantes muito mais baixo que o das mulheres.