Aos poucos a gente vai chegando... Sem perceber já estamos com os dois pés dentro dela, nos acomodando, relaxando no sofá vermelho de veludo e pedindo mais um café.
Pois é... você está dentro da zona de conforto. Imagina aquela sala antiga, já conhecida, com piso de madeira que ao andar, range. Aquela sala com mobílias gastas pelo tempo e que apesar de não ser agradável aos olhos é muito confortável para o corpo. Imaginou? E aí, como se sentiu?! Aposto que confortável, mas ao mesmo tempo incomodado, não?
Para mim funciona assim: é uma situação que dá uma certa preguiça de sair, promove uma acomodação, mas ao mesmo tempo mostra que tem algo errado. Você sabe que as coisas vão continuar do mesmo jeito se você não fizer nada, como há muito tempo já estão, e isso tem valor, mas o tempo acabará por estragar o que já está lá.
Acho que é como uma reforma de casa (aproveitando a analogia sobre a sala).
Se trocarmos o piso, vai dar trabalho, vamos ter que gastar dinheiro, sujar as coisas, bagunçar tudo para depois arrumar. Mas depois as coisas vão se ajeitar e a sensação de dever cumprido superará toda a comodidade que sentimos anteriormente.
E outra coisa mais importante ainda: não foi preciso reformar a sala toda. Apenas mudar o piso já fez uma baita diferença. Podemos modificar uma coisa de cada vez. Dessa forma conseguimos manter a sensação de segurança que o conforto nos proporciona, e abraçar o novo e desfrutá-lo.
Enfim, chega de analogias! O que eu quero dizer é que é importante sempre olhar para dentro de si e também para fora e analisar todas as partes da vida. Tem algo que está muito confortável?! O trabalho de anos que não desperta mais nenhum desafio, o casamento preso na rotina diária, o seu dia a dia sem surpresas nenhuma? Falta ânimo e vontade para realizar as coisas?
Não quero dizer que precisamos viver numa montanha-russa de sentimentos e transformações constantes, mas precisamos nos colocar a prova de vez em quando e entender o que é bom e precisa ficar; e o que não é tão bom assim e que pode ser melhorado. Assim como o piso trocado na reforma da sala. Ele não incomodava tanto assim, ainda dava para manter, mas o assoalho novo fez toda a diferença no ambiente.
Ou seja, a mudança incomodou, mas no final valeu a pena! Porque quando mudamos, quando mexemos nas coisas que não nos agradam tanto, sentimos a energia fluir, colocamos movimento e nos sentimos vivos. Somos obrigados a entender as nossas frustrações, encarar os nossos medos e correr atrás dos nossos reais objetivos.
O primeiro passo não é fácil. Sempre queremos adiar, inventamos desculpas para deixar para depois ou nos enganamos pensando que esta mudança não é tão necessária assim. Mas não desista. Pense, escreva, reflita, faça listas de prós e contras e encare os seus desafios. Procure se conhecer primeiramente e se respeite acima de tudo. Vá ao seu tempo, faça uma mudança de cada vez. Mas não deixe, nunca, de olhar para você e procurar ser melhor. Ser cada vez mais feliz. Mexa-se! Saia da sua zona de conforto!
Até a próxima semana!