Partindo de alguns conceitos trabalhados por José Manuel Moran, no seu livro A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá, Papirus, cap. 3, p. 73-74, texto revisto e ampliado. (in: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vale.pdf), destaco um deles que considero muito significativo:
“A educação é um processo gradual de aprender a discernir o que pode ajudar-nos a construir uma vida que valha a pena, entre tantas opções possíveis, que nos instrumentalize para ser mais livres, mais autônomos, mais realizados. A educação nos ajuda a aprender a selecionar, avaliar e contextualizar o que é mais significativo, importante entre tantas informações que nos inundam sem parar, entre tantos sentimentos que despertam, entre tantos valores contraditórios. Aprender a desaprender, a deixar de lado o que já não nos serve mais, o passado que nos oprime, tolhe, a gerenciar melhor nossas escolhas pessoais, afetivas, profissionais cada vez mais coerentes, autênticas, desafiadoras e realizadoras”.
Colaborando com essa ideia bem pertinente destaco outra, do mesmo autor que completa a primeira, ou seja: “Mas na educação é importante também a dimensão pessoal, de apoio ao desabrochamento das potencialidades de cada um, de oferecer condições para que cada pessoa tenha meios para progredir, para realizar-se, para viver uma vida digna a partir de alguns valores sociais.”
Em tempos de busca de uma vida longa para todos nós, compartilhada, de inclusão social, de crescimento pessoal aprendemos com nossas experiências que necessitamos dar tempo individual e nos permitirmos o desabrochar da pessoa indivisível e humana que somos; esse desabrochar se dará de maneira gradual, num processo de solidariedade e de troca de conhecimento. Cada um aprende de uma maneira e esta multiplicidade de olhares sobre as coisas e o mundo é que nos garante o vivenciar de situações “autênticas, desafiadoras e realizadoras.”
Não podemos abrir mão de seguir um roteiro pessoal de crescimento “para construir uma vida que vale a pena.”
E sempre haverá o questionamento: “Qual vida vale a pena?” Com a palavra o leitor.