Sábado, 17 Junho 2023 10:21

Dia do Luto, 19 de junho, psiquiatra explica como lidar com o doloroso processo

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"O luto é um processo de angústia resultado de um vazio em nossa vida deixado pela ausência do ente querido e na pratica é a transição de preencher esse vazio encontrando um novo sentido para a própria vida. Porém, muitas vezes pode acontecer da pessoa não conseguir elaborar o luto, prejudicando sua vida e quando isso ocorre, podemos começar a pensar que pode ser um luto patológico”, alerta Dra. Jéssica Martani, médica psiquiatra.

Segundo a psiquiatra, na medicina, é designado como o transtorno do luto complexo persistente e neste caso, o diagnóstico desse tipo de transtorno é feito somente quando persistem níveis graves de resposta ao luto por, pelo menos, 12 meses após a morte, interferindo na capacidade do indivíduo de funcionar.

Neles ocorrem as seguintes características, que ocorrem com frequência quase que diária:

 - saudade persistente do falecido com presença de crises de choro;

- preocupação com o falecido ou pensamentos sobre a maneira como a pessoa morreu;

- dificuldade de acreditar que o individuo faleceu;

- raiva com relação à perda;

- evitar o excesso de lembranças;

- sensação de isolamento;

- relatos de tão grande que sente que uma parte de si morreu ou foi perdida;

- dificuldade de ter prazeres e de planejar o futuro;

- acreditar que a vida não tem sentido ou propósito sem o falecido;

- relato do desejo de morrer porque sentem necessidade estar com o falecido.

A médica fala que todos esses sintomas são de alerta, e na percepção e prática clinica, ela relata que o encaminhamento para a psicoterapia deve ser feito o quanto antes para a elaboração do luto. “Caso os sintomas sejam graves a ponto de atrapalhar a funcionalidade eu já oriento inicio de intervenção médica na psiquiatria”, afirma. À medida que ocorre a elaboração do luto e o apego diminuem, e os enlutados vão se reorganizando em torno do reconhecimento de que a pessoa perdida não vai voltar, além de sedimentar a perda, a pessoa em luto também encontra formas psicológicas e simbólicas de manter muito viva a lembrança da pessoa falecida.

“O trabalho de luto possibilita que o sobrevivente redefina sua relação com a pessoa morta e forme novos laços duradouros”, finaliza Dra. Jéssica.

 

Rosângela Cianci

Jornalista, repórter, palestrante, apresentadora, produtora de TV, idealizadora do site Universo de Rose. Incansável observadora do cotidiano, sou apaixonada pelo que faço. Ex-Secretária Executiva, sempre lidei com Diretoria e Presidência, mas, prestes a completar Bodas de Prata na área, resolvi desengavetar um sonho antigo: o Jornalismo. E parti pra nova luta com 40 (e uns anos), pois meu negócio é escrever e conversar sobre assuntos de A a Z...

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