Carência da vitamina no organismo já é considerada epidemia e atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. O sol é a principal forma de sintetizar o pré-hormônio
Durante o inverno, é essencial ficar atento aos níveis de uma vitamina em especial: a vitamina D, pré-hormônio, que percorre todas as células do organismo e tem o sol como principal fonte. “Vivemos uma época de super proteção ao sol e a deficiência dessa vitamina está se tornando uma epidemia, que já atinge 1 bilhão de pessoas no mundo todo. A maioria não sabe, mas alguns hábitos modernos, como dirigir sempre com os vidros fechados, evitar o sol ao máximo e até mesmo passar protetor solar em excesso, prejudicam a síntese da vitamina D”, revela o bioquímico e responsável técnico do LANAC – Laboratório e Análises Clínicas de Curitiba, Marcos Kozlowski. Ele diz que de 70% a 80% dos exames de vitamina D, realizados no laboratório entre os meses de abril e setembro, mostram carência da vitamina no organismo.
Os benefícios do pré-hormônio na prevenção de doenças ligadas aos ossos, como raquitismo infantil e a osteoporose, já são conhecidos e comprovados, mas agora, novas pesquisas relacionam a carência da vitamina com outros distúrbios, como doenças neurológicas, hipertensão, obesidade, diabete, depressão, doenças cardiovasculares, autoimunes e até mesmo alguns tipos de câncer. “O exame que mede a concentração da Vitamina D no organismo, antes deixado de lado por muitos, já teve aumento de 200% nas solicitações no último ano”, revela Kozlowski.
Alguns alimentos - e bem saborosos, também fornecem vitamina D, como peixes oleosos (salmão, atum, sardinha), cogumelos, gema de ovo, sucos e cereais enriquecidos artificialmente. Mas a exposição ao sol continua sendo a melhor forma de se obter vitamina D. “Não podemos esquecer que as radiações solares provocam manchas e apressam o envelhecimento, além de constituir a principal causa do câncer de pele. Mas ficar exposto ao sol, sem protetor solar, durante 15 minutos, já é capaz de garantir uma boa dose de vitamina D”, recomenda o bioquímico.
Engana-se quem pensa que precisa do sol do Verão ou da Primavera, ou até mesmo ira praia para usufruir desta rica vitamina. Na Escola Atuação, depois de muito observar a saúde das crianças, o tipo de vitaminas que os médicos orientavam a incluir na alimentação dos alunos do período integral e a preocupação das famílias com o possível déficit de vitamina D nos filhos, a direção do colégio estabeleceu banhos de sol semanais. Desde o ano passado, a escola estabeleceu horários fixos para os alunos do integral tomarem banhos de sol, com duração de 50 minutos: todos arregaçam as calças e as mangas das blusas, tiram o tênis e meias para tomar banho de sol. No Atuação, cerca de 700 crianças permanecem no período integral e participam dos banhos de sol no contraturno (saiba mais: www.escolatuacao.com.br.
Se você não mora no Pólo Norte ou esteja enfrentando inverno rigoroso, corra já pro sol onde quer que esteja - dê um jeito! Quanto mais claro seu tom de pele, menor o tempo necessário dessa exposição ao UVB. E conforme a idade vai avançando, o banho de sol deve ser um pouco mais demorado. Passado esse curto tempo de exposição, o melhor a fazer é aplicar o protetor solar para se proteger contra o câncer de pele. Existe um exame laboratorial, feito através de uma amostra de sangue, que mede seu status de vitamina D. Dependendo do resultado, seu médico pode orientar o uso de um suplemento da vitamina.