Diversos fatores podem gerar essa perigosa sensação que tem no apoio emocional eficiente forma de prevenção
Final de ano é período de festas, comemoração e alegria, certo? A resposta pode ser sim para a maioria das pessoas, mas existem muitas outras que sentem um peso emocional maior quando chega o mês de dezembro.
Um sintoma claro dessa situação é o aumento médio de 20% da procura pelo apoio do CVV (Centro de Valorização da Vida) no final do ano. “Tem gente que se sente frustrado pelo que não conseguiu realizar durante o ano, tem gente que se sente solitário ao não ter com quem dividir as festividades, existem aqueles que associam a época à saudade de pessoas amadas”, exemplifica Adriana Rizzo, voluntário do CVV. “Os motivos são variados e as dores idem, mas todas elas precisam de apoio emocional, de alguém com quem conversar de forma aberta e segura”, complementa.
O CVV é uma das ONGs mais antigas do país, com 51 anos de atuação gratuita e sigilosa. Nascida com o objetivo de prevenir suicídios, a entidade desenvolveu metodologia própria que permite o apoio em diversas situações da vida das pessoas em que se sentem solitárias, angustiadas, sem saída ou, simplesmente, não encontram com quem dividir determinados assuntos.
“É claro que nem todos que nos procuram estão pensando em tirar a própria vida, mas podemos afirmar que nove entre dez suicidas passam por situações como as que atendemos antes de tomarem a iniciativa fatal”, afirma Adriana. Pesquisas e iniciativas ao redor do mundo apontam que iniciativas simples, como a oferecida nacionalmente pelo CVV, podem evitar suicídios.
Adriana comenta que qualquer um pode oferecer ajuda a quem se encontra em situações de forte angústia. As pessoas dão sinais, que podem ser evidentes, como a afirmação de que vai se matar; ou sutis, como a falta de vontade de participar de encontros com amigos, aumento de comentários negativos ou isolamento. “Podemos ajudar nossos amigos nos colocando à disposição deles para ouvi-los sem tentar resolver seus problemas ou criticar suas decisões”, comenta a voluntária do CVV, “nós não queremos os outros nos apontando o dedo ou dizendo o que fazer e o que não fazer quando não estamos bem. Queremos nos sentir amados e apoiados”.
O CVV atende pelo telefone 141, pela internet (www.cvv.org.br), por meio de chat, skype e e-mail ou pessoalmente nos 70 postos de atendimento pelo país.
Sobre o CVV:
O CVV - Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os mais de um milhão de atendimentos anuais são realizados por 2.200 voluntários em 18 estados mais o Distrito Federal, pelo telefone 141 (24 horas), pessoalmente (nos 70 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br via chat, VoIP (Skype) e e-mail.
É associado ao Befrienders Worldwide (www.befrienders.org), entidade que congrega as instituições congêneres de todo o mundo e foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como a melhor iniciativa não governamental de prevenção do suicídio no Brasil.