A ONU se preocupa com a questão da água pois sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido. A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem.
O desabastecimento de água afeta escolas, moradias e até mesmo hospitais. Para a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), em tempos de falta de água a população deve ficar atenta para reservarmos quantidade suficiente para a manutenção diária da saúde. Muitas casas já aderiram o racionamento e por precaução estão reservando água. Para a médica de família e comunidade e diretora da SBMFC, Denize Ornelas, toda a água armazenada deve estar em recipientes limpos com tampa ou vedados para evitar a contaminação e a proliferação de mosquitos principalmente se for utilizada para uso em alimentos e higiene pessoal.
“Não podemos deixar de ter cuidados básicos de saúde, é preciso ficar atento às principais precauções para que a falta de água não afete na saúde das pessoas. Em muitos casos podemos substituir para economizar e ter a consciência de que podemos e devemos nos preparar para situações como essa, como higienizar as mãos após ir ao banheiro, antes de preparar os alimentos e antes de comer”, ressalta a médica.
Dicas para economizar na higienização:
- Diminuir o tempo no banho;
- Substituir uso de água e sabão pelo uso de álcool gel;
- Mantenha lixos e recipientes fechados para evitar a proliferação de mosquitos;
- Reaproveite a água do banho e da lavagem de roupas para descarga, é a solução prática para a limpeza dos banheiros e de áreas externas.
Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?
A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e poupando-os de intervenções excessivas ou desnecessárias.
É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.