Você já pensou em criar pelo menos uma das milhares de espécies de abelhas que existem no Brasil dentro de casa? E, assim, contribuir com a preservação da espécie e com a conservação do meio ambiente? Sim, isso é possível. É o que nos ensina o projeto KOMBEE, da KombiLab, em parceria com a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS DAS ABELHAS (A.B.E.L.H.A.).
Durante a EXPOFLORA 2019, que acontece na cidade de HOLAMBRA, no interior de São Paulo, o parque conta com um espaço que oferece aos visitantes, especialmente crianças, oficinas de educação ambiental, tendo como tema principal as abelhas sem ferrão. Essas espécies são dóceis, não oferecem risco às pessoas, e podem se alimentar nas flores de um jardim caseiro.
A Expoflora é a maior exposição anual de flores e plantas ornamentais da América Latina.
O objetivo do projeto é levar conscientização sobre a importância das abelhas. Não somente para a produção de mel, mas, principalmente, para a POLINIZAÇÃO DAS FLORES e CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Uma vez que esses insetos são os animais polinizadores mais importantes da natureza. "Queremos conscientizar os visitantes do evento sobre a importância da conservação das abelhas nativas do Brasil. As abelhas possuem um papel essencial para a manutenção da biodiversidade do planeta. Conservando os polinizadores também protegemos o meio ambiente", diz Ana Assad, diretora-executiva da A.B.E.L.H.A.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Uma kombi modificada e personalizada para a realização do trabalho de EDUCAÇÃO AMBIENTAL ilustra o espaço físico do projeto, dentro do parque da Expoflora. O Kombee é liderado pelo biólogo especialista em abelhas, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Cristiano Menezes. Ele também integra o comitê científico da A.B.E.L.H.A. No local, os visitantes conhecem cinco espécies de abelhas sem ferrão (são cerca de 250 no Brasil) e a importância da preservação.
"Trabalhamos com a questão educativa para atender uma demanda que não conhece as abelhas brasileiras. O MEL que consumimos, costumeiramente, é o mel de abelhas africanas. Contudo, temos no Brasil uma diversidade enorme de espécies, com produtos incríveis. Existe essa lacuna entre o que a gente produz de conhecimento e o que a sociedade recebe. Então, buscamos parceiros para levar o conhecimento desenvolvido com pesquisas para a sociedade, especialmente para as crianças. A exemplo das ABELHAS SEM FERRÃO que podem ser grandes aliadas do paisagismo e da conservação do verde das cidades. Queremos que nossos jardins não sejam somente bonitos, mas também funcionais, fornecendo comida para as abelhas", explica Menezes.
A falta de abelhas interfere diretamente na questão da alimentação, pois, 70% dos vegetais cultiváveis pelo ser humano são beneficiados pela polinização - que é feita também por outros animais e pelo vento, mas tem as abelhas como principal agente. Esse tipo de informação apresenta um caráter enriquecedor e de suma relevância que vai ao encontro do objetivo do projeto.
"A Associação A.B.E.L.H.A., por exemplo, tem uma rede de distribuição de informação muito grande com plataformas online, sites e livros digitais. Nós contribuímos com a preparação desse material para que ele chegue de uma maneira amistosa para a população em geral. Então, filtramos e transformamos esse conhecimento técnico em ações e conteúdos mais educativos. Levar esse apelo ambiental principalmente para as CRIANÇAS, desde a formação inicial delas, facilita a construção de uma sociedade que se preocupa mais com o MEIO AMBIENTE. É nas crianças que vamos plantar a semente do futuro", conclui o biólogo.
KOMBEE DAS ABELHAS
Desde 2016, o projeto está na estrada e já alcançou mais de 6 mil crianças em escolas públicas e particulares, no eixo São Paulo - Minas Gerais, e também em eventos como a Expoflora. "A ideia surgiu da observação que nas escolas havia uma deficiência de aulas de ciência ricas em prática. Começamos com trabalhos abrangendo diversos temas de CIÊNCIAS: física, química, biologia. Mas, o que mais chamou atenção foi a de educação ambiental, especialmente das abelhas sem ferrão. Daí, surgiu esse trabalho específico, o Kombee, em parceria com a EMBRAPA", conta a bióloga Isabela Cardoso Fontoura, proprietária da KombiLab.
O estande em exposição na Expoflora oferece ainda aos visitantes sugestão de flores que são atrativas para as abelhas, por serem ricas em alimentos. Ademais, por meio de oficinas, conteúdo audiovisual e interativo, o espaço ensina sobre a importância das abelhas para a polinização agrícola e PRODUÇÃO DE ALIMENTOS como maçã, morango, melão e açaí, frutas tão apreciadas e consumidas pelos brasileiros. Os visitantes também aproveitam para conhecer os tipos de mel especiais dessas abelhas, hoje, muito valorizados na GASTRONOMIA.
"Os visitantes têm a oportunidade de conhecer cinco espécies de abelhas sem ferrão, em caixas de observação com vidro em cima, o que possibilita ver toda a estrutura da COLMEIA. Os monitores acompanham toda a visita tirando qualquer dúvida. Os visitantes ainda podem degustar o mel da abelha sem ferrão que é peculiar, porque é mais líquido e mais ácido. E, podem, também, conhecer alternativas para criação das abelhas em casa, por meio das casinhas de captura de ninhos e criação de pequenas colônias", finaliza Isabela.
POR MICHELE ROZA / FOTOS: DEMETRIO KOCH
SERVIÇO
O espaço reservado ao projeto que aborda o tema das abelhas sem ferrão está localizado em uma praça privilegiada do parque da Expoflora, com muitas plantas e flores ao redor, entre os setores Verde, Azul e Marrom.
38ª EXPOFLORA Localização: Holambra - São Paulo Data: até 29 de setembro de 2019, de sexta a domingo, das 9h às 19h Ingressos: R$ 52,00 na bilheteria, no site www.ingressorapido.com.br e com os representantes informados no site www.expoflora.com.br Informações para o público: (19) 3802-1421 e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.