Desde que o ser humano começou a viver em sociedade, ele tem procurado estabelecer regras, limites e leis com a intenção de facilitar e tornar possível o seu convívio.
Há pessoas que são contra qualquer tipo de regra. Algumas fazem gênero e assumem ares de rebeldia para chamar a atenção. A verdade é que um mundo sem referenciais seria um verdadeiro caos e certamente imperaria a lei do mais forte. Mesmo com leis e diretrizes o mundo está longe de ser perfeito. Sem elas, então, a convivência sadia entre pessoas de interesses e pensamentos diferentes seria impossível.
Nossas vidas são formadas por várias áreas, como: familiar, estudantil, profissional, relacional, cultural e outras. Há pessoas com muitas áreas de atuação, e outras com muito poucas. Seja como for, elas precisam de diretrizes para um melhor aproveitamento da vida.
Sabemos que se não houver uma direção, uma linha para o ser humano seguir, ele se perderá. E uma das áreas em que as diretrizes são vitais é a familiar. É na família que aprendemos a viver de forma responsável na sociedade.
Acredito que nem todos sabem, mas a Bíblia nos dá diretrizes sobre como viver em família. O mais interessante de tudo é que, mesmo as pessoas que não acreditam na Bíblia, se seguirem as suas orientações, terão resultados positivos. Isso é muito interessante!
- Mas onde buscar esse tipo de orientação? Essa pergunta pode ser feita por quem não conhece a Bíblia, ou por quem a conhece superficialmente. Naturalmente numa única matéria será impossível passar todas as dicas contidas nesse maravilhoso livro, mas pelo menos o básico gostaria de deixar aqui registrado.
A Bíblia divide-se em duas partes: Antigo e Novo Testamentos. Mesmo que você já saiba disso, acompanhe a leitura. No Novo Testamento há um livro escrito pelo apóstolo Paulo, chamado Efésios. E esse livro oferece orientação aos maridos, às esposas, aos pais e aos filhos. A passagem é Efésios 5.21-29; e depois 6.1-4. Nesse trecho, porém, se encontra o versículo que é o campeão de “mal-entendido”: Mulheres, sede submissas aos seus próprios maridos... (Ef 5.22). Muitas se revoltam com esse versículo achando que ser submissa é ser “capacho”. E muitos maridos, também com base nessa interpretação errônea, abusam de suas esposas. Olhando, porém, para o versículo anterior, Efésios 5.21, vemos que todos devem ser submissos ao Senhor, tanto homens quanto mulheres. Essa submissão feminina, então, trata-se de uma posição ao lado de, e não abaixo de. Uma submissão inteligente pode dar graça ao casamento. É aquela luz que brilha no escuro oferecendo uma visão mais ampla e trazendo à tona negociações com soluções mais criativas do que as inicialmente propostas.
Há, também, o outro lado da moeda em que Paulo diz que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou a Igreja. Isso é fácil? Não mesmo! Mas se isso está escrito, de alguma forma esse comportamento pode ser alcançado. Não só por boa vontade, mas com a ajuda do próprio Deus.
Depois a palavra vai aos filhos, dizendo que eles devem obedecer aos pais e, em seguida, diz que os pais não devem irritar seus filhos. Pais e filhos que agem dessa forma, por tabela obedecem a Deus.
Os pais são humanos e falhos, por isso é importante o diálogo com os filhos desenvolvendo assim um relacionamento lúcido, sadio e maduro.
Todos os versículos relativos à reciprocidade, por exemplo os que se encontram no livro de Romanos, como amar uns aos outros, perdoar uns aos outros, honrar uns aos outros, exercitar misericórdia, chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram, exortar, ser pacificador, alegrar-se na esperança, perseverar na oração, ser paciente na tribulação, ser hospitaleiro, abençoador, humilde, honesto, não tornar mal por mal, ter paz com os outros (enquanto depender de nós), não ser vingativo, vencer o mal com o bem (Romanos 12) podem e devem ser aplicados em nosso relacionamento familiar, seja entre o casal, entre filhos e pais, e/ou entre irmãos, alargando-se a todas as nossas áreas relacionais.
A certeza de que Deus nos colocou na família em que nascemos nos faz aceitar a realidade e nos abrir para que ele trabalhe em nós e através de nós em nosso lar.
Não há e não haverá aqui famílias perfeitas. Porém, quanto mais aplicarmos em nosso relacionamento familiar os princípios bíblicos que Deus nos deixou em sua Palavra, mais perto chegaremos do que se considera o melhor possível aqui na terra.