O povo precisa votar. Para algumas oligarquias brasileiras é melhor que nem todos apareçam no dia da eleição. Assim é mais fácil arrebanhar os eleitores escolhidos pelos mandatários locais e leva-los a conseguir um naco do poder da república. Seja na prefeitura, governo estadual ou na união. Com grande absenteísmo a eleição dos mesmos se torna mais barata e efetiva. Uma das despesas que se corta é a contratação de veículos para buscar o povo espalhado pelas áreas rurais ou periferias das cidades que se agigantam e despejá-los na porta da seção eleitoral. A festa do dia, com benesses antes, durante e depois da votação também se torna mais maleável e o ajuntamento é de quase cem por cento de apoio aos candidatos do chefe local. Assim, evita-se tumulto, brigas de facção, que muitas vezes terminam em tragédias. Uns matando os adversários, ou os capangas do dono do curral eleitoral mantando todos. Os eleitos nunca saem no prejuízo. Dessa forma se forma a base de sustentação do que chamam de democracia brasileira.
Depois de décadas de desalento, finalmente surge no horizonte uma mudança que pode mudar a democracia brasileira. O voto obrigatório. Isto pode diminuir as desculpas mais variadas para não votar. Quem quiser pode votar em branco ou nulo. Mas tem que votar. Multa e dor de cabeça para quem não tiver o título de eleitor em dia. Nada de concurso público, obtenção de passaporte e outras penalidades. É uma tentativa de empurrar todos a ajudar a decidir, incentivar a consciência cívica do brasileiro, promover uma festa democrática como dizem os poetas dos meios de comunicação. Para pôr em prática se redige uma nova constituição para o país, a quinta, a de 1946. O voto passa a ser obrigatório. Diante dessa mudança as elites políticas precisam mudar os instrumentos de captação desses votos: populismo, santinhos de papel, cédulas impressas já com os nomes dos candidatos, dinheiro, muito dinheiro para a campanha eleitoral. O clientelismo ganha outra característica ainda que continue corrupto, oportunista e falso. O perfil dos congressistas muda, ter uma emissora de rádio ou de tevê é um instrumento eficiente na eleição. Os candidatos endinheirados de outras origens chegam ao Congresso e ao Executivo. Seria o caso de voltar ao velho sistema eleitoral do voto facultativo vigente na República Velha ?
- Heródoto Barbeiro é âncora do Jornal da Record News em multiplataforma
O povo precisa votar. Para algumas oligarquias brasileiras é melhor que nem todos apareçam no dia da eleição. Assim é mais fácil arrebanhar os eleitores escolhidos pelos mandatários locais e leva-los a conseguir um naco do poder da república. Seja na prefeitura, governo estadual ou na união. Com grande absenteísmo a eleição dos mesmos se torna mais barata e efetiva. Uma das despesas que se corta é a contratação de veículos para buscar o povo espalhado pelas áreas rurais ou periferias das cidades que se agigantam e despejá-los na porta da seção eleitoral. A festa do dia, com benesses antes, durante e depois da votação também se torna mais maleável e o ajuntamento é de quase cem por cento de apoio aos candidatos do chefe local. Assim, evita-se tumulto, brigas de facção, que muitas vezes terminam em tragédias. Uns matando os adversários, ou os capangas do dono do curral eleitoral mantando todos. Os eleitos nunca saem no prejuízo. Dessa forma se forma a base de sustentação do que chamam de democracia brasileira.
populismo, santinhos de papel, cédulas impressas já com os nomes dos candidatos, dinheiro, muito dinheiro para a campanha eleitoral. O clientelismo ganha outra característica ainda que continue corrupto, oportunista e falso. O perfil dos congressistas muda, ter uma emissora de rádio ou de tevê é um instrumento eficiente na eleição. Os candidatos endinheirados de outras origens chegam ao Congresso e ao Executivo. Seria o caso de voltar ao velho sistema eleitoral do voto facultativo vigente na República Velha ?
· Heródoto Barbeiro é âncora do Jornal da Record News em multiplataforma.