Há quem prefira se isolar da folia e ir para uma praia ou para o campo. Mas aqueles que optam pela festa em si, “Muitas noites mal dormidas, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas ou energéticos, exposição à temperatura elevada, pouca ingestão de água ou bebidas isotônicas”, são apenas alguns dos motivos que o cirurgião cardiovascular da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Marcelo Sobral, lista como principais causadores de abusos durante o Carnaval.
Cautela, prudência e sensatez são as dicas do especialista para evitar incidentes. “A mistura de álcool e energético, por exemplo, potencializa o risco de arritmias, pois as duas substâncias alteram a sensibilidade do músculo cardíaco. E há casos descritos de pacientes que desenvolveram taquicardias que precisaram ser revertidas nos hospitais. Além de alterar o sono, o humor, trazer problemas de déficit de atenção e até quadro de hipertensão arterial”, elucida.
O cirurgião cardíaco adverte também que em meio às altas temperaturas que marcam o verão brasileiro, a atenção deve ser redobrada em idosos e crianças, pois a desidratação é mais fácil de acontecer nestas duas faixas etárias. “As crianças geralmente não relatam sobre sua sede e continuam brincando e alguns idosos perdem a percepção de sede ao longo dos anos, diminuindo a ingestão de água, comprometendo a saúde do organismo e por extensão o coração”, afirma.
Em casos de emergência Sobral indica procurar um serviço e profissionais especializados, como nos Pronto Socorros. Já para os pacientes cardíacos, aconselha não deixar de seguir as recomendações médicas, de ingerir os medicamentos habituais e, acima de tudo , “ter bom-senso”.
Doutor Marcelo Luiz Peixoto Sobral é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB, Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA). Possui MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais de 4.000 cirurgias realizadas.