De acordo com o neurologista Bruno Funchal, do Hospital Santa Paula, uma boa noite de sono pode reduzir o risco de obesidade e hipertensão, além de proteger contra o declínio cognitivo relacionado às demências. O sono reparador também tem sido associado à diminuição das taxas de depressão.
Os médicos do sono dedicam-se a diagnosticar e tratar distúrbios do sono, como apneia, insônia, síndrome das pernas inquietas, sonambulismo e outros problemas comuns, mas é importante alertar a população sobre a qualidade do sono para evitar problemas mais complexos como seu impacto na saúde física, cognitiva e emocional.
Segundo dados da Associated Professional Sleep Societies (Associação Profissional das Sociedades do Sono), dedicada a pesquisas relacionadas ao tema em todo mundo, este problema faz parte da rotina de 10,2 a 40% da população mundial. No Brasil, a insônia é um distúrbio que acomete cerca de 40% da população, segundo dados do Instituto do Sono. Na capital paulista, por exemplo, a taxa chega a cerca de 45%.
“É muito importante saber que a insônia não é doença, mas um sintoma. Ela é a manifestação de que algo não anda bem e deve ser investigado. É necessário levar em consideração fatores sociais, biológicos, psicológicos, cognitivos, comportamentais e até mesmo genéticos, que podem desencadear o quadro”, explica o neurologista.
O neurologista Bruno Funchal, do Hospital Santa Paula, listou abaixo algumas dicas para melhorar a qualidade do sono:
1. Dormir de 7 a 8 horas é o ideal para um sono reparador, levando a uma boa disposição durante o dia.
2. Dê preferência a uma dieta balanceada, com alimentos leves, de fácil digestão, no período da noite
3. Durma no escuro. Abajur ou TV ligada atrapalham na hora de dormir, pois a luminosidade e o barulho dos aparelhos oferecem estímulos que atrapalham o início, a qualidade e a duração do sono. O mesmo vale para o hábito de ficar no celular já na cama, antes de dormir.
4. Use roupas confortáveis para dormir, com tecidos leves e mais frescos, de preferência de cores claras, já que absorvem menos o calor.
5. Café, alimentos com cafeína ou que possam estimular o sistema nervoso devem ser evitados de 4 a 6 horas antes de dormir, pois levam o organismo a um estado de alerta e atrasa a sonolência.
6. Conforme a idade avança, o sono muda e ocorrem mais despertares durante a noite. Neste caso, é preciso avaliar a rotina e criar o hábito de fazer atividade física para que o corpo canse mais, incluindo as pessoas com mais de 60 anos. Dez minutos de exercício aeróbico já ajudam. Só evite exercício físico pesado pouco antes de dormir para não deixar o corpo em estado de alerta e provocar efeito contrário.
7. Dormir até 30 minutos à tarde pode melhorar o humor e a disposição para atividades, mas caso tenha insônia ou dificuldade para dormir é melhor evitar.
8. Um banho morno é relaxante e pode preparar o corpo para dormir.
9. Mantenha uma rotina de sono e vá para a cama na mesma hora todas as noites, incluindo fins de semana.
10. Medicamentos devem ser indicados apenas em último caso.