Na semana passada, a Merck, empresa alemã líder em ciência e tecnologia conversou com a imprensa e apresentou em São Paulo, pesquisa realizada com o Ibope sobre a percepção do brasileiro em relação ao pré-diabetes. O objetivo é criar alerta para a condição que, quando identificada, pode ser tratada para evitar a evolução ao diabetes. Conhecemos o resultado em primeira mão e ainda participamos de uma aula de culinária saudável deliciosa com a chef Carina Muller.
O pré diabetes é o termo é utilizado para definir a categoria de risco aumentado para o desenvolvimento do diabetes mellitus. A sua identificação é feita pela medição dos níveis de glicose no sangue (glicemia): quando estão mais altos do que o considerado normal, porém não o suficiente para estabelecer um diagnóstico de diabetes. Estima-se que cerca de 70% dos indivíduos com glicemia de jejum alterada e/ou tolerância à glicose diminuída, quando não tratados, desenvolvem o diabetes mellitus tipo 2 (DM2).
No mês de prevenção à diabetes, a pesquisa apresentada pela Merck foi conduzida pelo IBOPE Inteligência acerca do conhecimento da população brasileira sobre o pré-diabetes, condição que se diagnosticada pode ajudar a postergar e em alguns casos até mesmo evitar a evolução para o diabetes, doença crônica sem cura. Embora a estimativa seja de que quase 15 milhões de pessoas convivam com pré-diabetes no Brasil³, a pesquisa mostra que 42% da população desconhece a condição.
A pesquisa foi conduzida em outubro com 2 mil brasileiros para identificar o grau de conhecimento sobre o tema e as suas causas. O objetivo é alertar e ajudar na prevenção do diabetes, que atinge 8% da população brasileira e cresceu mais da metade nos últimos 10 anos. Apesar dos números alarmantes, apenas 42% dos participantes da pesquisa acreditam que quando não tratado, o pré-diabetes pode levar à doença.
● Encomendada pela Merck, pesquisa aponta que 42% da população desconhece o termo e suas consequências
● O diagnóstico de pré-diabetes pode ser uma segunda chance para evitar a evolução ao diabetes¹, doença que cresceu 61,8% nos últimos anos no Brasil²
● Das pessoas com diabetes, 47% não receberam um diagnóstico de pré-diabetes
● Fatores que representam risco para o desenvolvimento do pré-diabetes também são desconhecidos pelos brasileiros
● Segundo pesquisa, 55% dos brasileiros estão na faixa dosobrepeso e 66% não praticam atividade física regularmente
O médico Dr. João Eduardo Nunes Salles, vice-presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e Coordenador da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo afirma que “O pré-diabetes é uma categoria de risco aumentado para o desenvolvimento do diabetes mellitus. Conhecê-lo é importante para tentarmos reverter alguns quadros com mudanças de hábitos e controlarmos o desenvolvimento da doença”.
Entre as pessoas com diabetes envolvidas na pesquisa, 47% não tiveram o diagnóstico de pré-diabetes. “Essas pessoas ficaram sem uma segunda chance de evitar uma doença para se preocuparem pelo resto da vida”, afirma o médico.
Dr.João Eduardo Nunes Salles, afirma que “É importante as pessoas saberem que o que leva ao pré-diabetes são diversos fatores de risco combinados como sobrepeso, sedentarismo, histórico familiar e rotina alimentar”. Outros dados da pesquisa apontaram ainda que poucas pessoas conhecem os fatores de risco para a diabetes. 76% acreditam que a simples ingestão de doces isolada já é causa de surgimento da doença, enquanto apenas 34% sabem que pressão alta é um agravante.
A pesquisa mostra que 55% dos brasileiros estão na faixa do sobrepeso, o que isoladamente já é um fator causal importante, e 66% não praticam atividade física regularmente.
Entre as recomendações para evitar o desenvolvimento da condição, está a mudança de estilo de vida com reeducação alimentar e prática de atividade física para perda de peso. O acompanhamento com o médico endocrinologista e o nutricionista são essenciais durante essa jornada. Em alguns casos, além da adoção de tais medidas, o especialista pode prescrever também tratamento com medicamentos “A Merck vem trabalhando para aumentar o alerta ao pré-diabetes em busca de diminuir o crescimento acelerado da diabetes no Brasil. A informação é uma ferramenta importante na mudança de hábitos e é isso que buscamos com a apresentação desta pesquisa”, afirma Dr. Marcos Cataldo, gerente médico da Merck.
Mas há também novas opções: no começo de 2018, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a indicação no pré-diabetes para Glifage® e Glifage® XR. Ambos têm como princípio ativo a metformina e estão disponíveis gratuitamente no programa Farmácia Popular.
Referências
1. ADA. Diagnosing Diabetes and Learning About Prediabetes. Disponível em:http://www.diabetes.org/are-you-at-risk/prediabetes/. Accessedo em September 2017
2. Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/noticias/saude/2017/11/numero-de-brasileiros-com-diabetes-cresceu-61-8-em-10-anos. Acessado em Outubro 2018.
3. International Diabetes Federation Atlas. Edição 2017
4. SBD. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016). São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.
5. Perreault L, Pan Q, Mather KJ et al. Effect of regression from prediabetes to normal glucose regulation on long-term reduction in diabetes risk: results from the Diabetes Prevention Program Outcomes Study. Lancet 2012;379:2243-51