Com relevante número de casos no país e no mundo, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, criou, em 2014, o Setembro Amarelo. A campanha tem como objetivo prevenir o suicídio, ao adotar medidas que promovam o diálogo sobre o tema e consequente redução no número de casos. De alguns anos para cá, o suicídio passou a ser considerado um problema de saúde pública, por isso, o Setembro Amarelo nada mais é do que um lembrete sobre a importância de dialogar, um alerta e prevenção sobre o suicídio e deve continuar.
“Trabalhadores de setores como a saúde, familiares e pessoas próximas devem levar em consideração a fala de uma pessoa que diz pensar em suicídio e encaminhá-lo para um profissional de saúde mental. O tratamento envolve não somente ele próprio, mas se estende também àqueles que fazem parte do seu dia-a-dia, pois devem obter informações e orientações de como proceder em situações anormais”, aconselha Clara Kislanov, psicóloga da Cia. da Consulta. “O diálogo é uma maneira clara de mostrar que a pessoa não está sozinha e oferecer apoio e estar à disposição de quem precisa faz toda a diferença e pode salvar uma vida”, alerta a psicóloga.
A Organização Mundial da Saúde lembra que a prevenção é possível. E uma das medidas mais eficazes, diz o estudo, é a restrição ao acesso aos principais meios de suicídio, como armas e pesticidas. O primeiro levantamento global sobre o tema realizado pela OMS aponta também que os principais métodos utilizados em todo o mundo são envenenamento, enforcamento ou armas de fogo.
Já perdemos Robin Williams, um grande ser humano e ator (Uma Babá quase perfeita e Uma Noite no Museu entre outros filmes). Robin Williams tirou sua vida depois de anos de luta contra depressão, mania, alcoolismo e abuso de substâncias.
Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), a cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida, uma taxa de mortalidade que supera muitos tipos de câncer. Do total, 96,8% dos casos de morte por suicídio estão relacionados a transtornos mentais, como depressão e o transtorno bipolar, um cenário que nos alerta sobre a importância de constantes diálogos com pessoas que, por quaisquer motivos, desenvolveram tais transtornos.
Abordar e divulgar os fatores de risco possibilita que os profissionais de saúde e toda a população de modo geral estejam mais atentos e informados com relação a esse problema. A conscientização aumenta as chances de que as pessoas mais vulneráveis sejam direcionadas ou busquem um tratamento de saúde mental mais apropriado. Diferente do que pode parecer, falar sobre suicídio de maneira cuidadosa e adequada não gera aumento no número de casos, pelo contrário, trazer o assunto para diálogos saudáveis contribui – e muito - para a promoção da saúde mental.
Vale destacar que o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. O centro realiza mais de 2 milhões de atendimentos anuais, graças ao apoio de 2.400 voluntários em 90 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação), ou pelo www.cvv.org.br via chat, e-mail ou carta. Converse, você pode salvar uma vida!
Para saber mais www.ciadaconsulta.com.br