Após a queda do avião da Germanwings nos alpes franceses que resultou em 150 mortos na terça-feira passada, 24/03, e que repercutiu no mundo inteiro a hipótese de um ato suicida por parte do co-piloto (segundo investigações ele estava em tratamento e sofria de depressão), vale a pena trazer à tona o (possível) ato psicótico e levar a sério a doença que tem sido considerada o mal do século - sim, isso mesmo: Depressão é uma doença, clinicamente provada.
Quem sofre de depressão sabe muito bem como é difícil viver cabisbaixo e em meio à tristeza. Essa situação proporciona ao indivíduo uma carga negativa, falta de autoestima, autoconfiança e até mesmo problemas com sono e apetite. Mas a boa notícia é que se tratada, você pode viver muito bem."É fundamental compreender a depressão como um episódio, um momento na vida do sujeito, pois isso possibilita novos olhares para a cura", explica a psicóloga clínica Luciene Fogaça. "A doença pode ser classificada em três graus: leve, moderado ou grave, de acordo com a classificação internacional das doenças. Alguns dos sintomas são rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição das atividades", ressalta.
A doutora ainda detalha que além disso, há a alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associadas em geral à fadiga, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite. Existe quase sempre uma diminuição da autoestima e da autoconfiança e frequentemente ideias de culpabilidade e ou de indignidade, mesmo nas formas leves.
Segundo a psicóloga há três graus de um episódio depressivo:
- O episódio depressivo leve usualmente sofre com a presença dos sintomas citados anteriormente, mas provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades de rotina.
- No episódio depressivo moderado geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas citados anteriormente e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a desempenhar as atividades de rotina.
- No episódio depressivo grave, vários dos sintomas são marcantes e angustiantes, tipicamente a perda da auto-estima e ideias de desvalia ou culpa. Atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de sintomas "somáticos".
"Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos estão suscetíveis a estes episódios, por isso é fundamental detectar rapidamente os sintomas e procurar tratamento", destaca Luciene.
Nestes casos são indicados acompanhamentos diários e frequentes de familiares e psicólogos, que transmitem confiança para o paciente depressivo. Com a falta de autoconfiança o paciente deverá confiar em alguém para poder expressar seus sentimentos, sejam eles de angústia ou alegria.
Luciene Fogaça é psicóloga formada pela Universidade Mackenzie de São Paulo há mais de 15 anos. Também é pedagoga e especialista em psicologia clínica pelo Instituto Sedes Sapientae. Em sua clínica em São Paulo, realiza atendimento clínico para adultos, jovens, adolescentes, casais e crianças, seja presencialmente ou online, além de participar de palestras, rodas de discussões, fóruns de debate em diversas instituições acadêmicas e religiosas. Atende não só portadores de transtornos psiquiátricos (depressão, esquizofrenia, pânico, entre outros), mas também como qualquer pessoa que esteja descontente com determinado aspecto de sua vida e queira repará-lo, como por exemplo, trabalho, filhos ou casamento.
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