Sábado, 20 Janeiro 2018 13:20

Saboreie a Noruega com experiências gastronômicas magníficas

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Ingredientes tradicionais e métodos modernos - Grãos, vegetais, carnes curadas e de carneiro, amoras selvagens e, claro, o pescado, são símbolos da culinária norueguesa. Isso para não mencionar os ensopados de final de semana ou waffles com queijo marrom

 “Kos” é um vocábulo essencial para compreender bem a mente norueguesa. Significa aconchego, carinho, conforto. O clima, normalmente adverso, ensinou os noruegueses a aproveitar ao máximo os momentos passados dentro de casa. Uma lareira. Um cobertor quente. Guloseimas frescas e luz de velas. E voila, a atmosfera está pronta. “Kos”. Eles são notadamente apreciadores do “oval” (ex. longo) final de semana, sobretudo porque muitos são proprietários de uma chalé nas montanhas. Uma boa desculpa para folgar numa sexta-feira (ex. um feriado prolongado), é perfeitamente normal para reunir a família, encher o carro de comida e lenha e seguir rumo às montanhas.

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Igualdade, liberdade… e waffles. As comidas, tradições e o estilo de vida nos domínios da Europa pode, às vezes, parecer peculiar. Na Noruega existe um termo para todos os ingredientes que você adiciona ao seu pão: “pålegg”. Um dos mais populares e mais relacionados à identidade norueguesa é o queijo marrom, especialmente preparado com o leite de cabra (geitost). O queijo tem um toque de sabor especial de caramelo. Coquetéis são servidos de várias maneiras e a inovação é a regra do dia  - um cocktail bar norueguês foi aberto em Tóquio. Muitos noruegueses bebem cerveja quando saem  e, nos últimos anos, as micro-cervejarias ganharam projeção e popularidade, permitindo uma grande variedade de marcas e estilos para a sua escolha

Se questionados sobre o prato mais tradicional da Noruega, muitos irão mencionar “fårikål” – que quer dizer literalmente “carneiro no repolho”. Todos os outonos muitas famílias norueguesas cozinham o carneiro com repolho e pimenta e o servem com batatas.

Que dizer dos waffles em formato de coração? Quando os noruegueses visitam as suas avós, eles esperam deliciosos waffles. Uma instituição doce, assada na chapa e que reúne as pessoas após a igreja, no mercado de pulgas ou numa eventual visita ao vizinho. Os waffles noruegueses são macios e tem o formato de um coração. Ninguém nunca ouvir falar de waffles quadrados.

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No que concerne a gastronomia, crescer na Noruega, entre os anos de 1970 e 1980, era bem desanimador para quem curte uma boa culinária. Os mesmos pratos básicos apareciam no cardápio todos os dias aliviados apenas com pizzas, tacos e outros pratos importados, nos finais de semana e ocasiões especiais.

Nos últimos anos, entretanto, a revolução culinária aconteceu silenciosamente, tanto nos restaurantes quanto nas cozinhas caseiras, marcada pelo aumento da popularidade dos alimentos orgânicos. Muito se deve a nova onda de prosperidade e à predisposição para gastar mais dinheiro em produtos de alta-qualidade. No entanto, o fator que mais motivou essa mudança foi o reencontro com as tradições culinárias e ingredientes locais.

Muitos noruegueses que passaram férias na Itália e França exploraram suas tradições culinárias e sabores fantásticos. Primeiro, identificaram o que realmente caracterizava a cozinha norueguesa e a resposta foi encontrada no caráter único dos costumes agrícolas da Noruega: Carneiros e cabras que pastam pelos campos litorâneos ou nas encostas verdejantes das montanhas. Um clima frio e livre de poluição que proporciona as condições ideais para cultivar frutas, amoras e legumes sem o uso nocivo de agrotóxicos.

Fazendas modestas e pequenas propriedades que produzem leite, queijo e carne em ambientes saudáveis, sem doenças e onde vigoram regulamentação rigorosa no que trata o bem-estar dos animais. E, finalmente, o extenso litoral, com riquíssimas tradições e opções de pescado e frutos-do-mar.

O trabalho duro ainda dá orgulho e garante bons resultados em todos os níveis da cadeia alimentar. Produtores locais são também acionistas nos supermercados, enquanto produtores de itens como queijos, mel, bolos e carnes ecológicas aparecem por todo o país. Isso para não mencionar as micro-cervejarias que inovam com inúmeras receitas de cerveja.

Uma variedade de sabores e tradições pode ser explorada num dos muitos festivais de comida local como Gladmat em Stavanger, Smak em Tromsø e Trøndersk matfestival em Trondheim.

Ao mesmo tempo, os chefs noruegueses receberam reconhecimento internacional com várias premiações e destaques no pódium da competição gastronômica internacional, Bocuse d’Or. Em 2012, Maaemo tornou-se o primeiro restaurante norueguês a receber três estrelas (num total de três possíveis) no guia Michelin.

O outono é a estação de caça na Noruega e carnes de caça aparecem nos cardápios dos restaurantes e nas mesas dos lares noruegueses. Aqui estão algumas iguarias que você deve experimentar:

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1. ALCE. A carne de alce é uma delícia quando preparada corretamente e

 seu sabor é comparado ao da carne de veado.

2. RENA. Situado no Extremo-Norte, existem mais de 250.000 renas na Noruega e o povo aborígene Sami é especialmente conhecido pelo pastoreio de renas. A carne é magra e deliciosa.

3. VEADO. Nos últimos anos, a população ultrapassou a de alces nas florestas da Noruega. Normalmente servida em bifes, também pode ser defumada, seca ou curada.

4. TETRAZ. O Tetraz é a ave mais procurada pelos caçadores noruegueses. O peito de uma ave jovem é macio, com um sabor marcante. As pernas e o resto da ave apresentam um sabor mais forte.

Os pescadores noruegueses tem vendido pescado e frutos-do-mar para outros países desde o século XII e , atualmente, a Noruega é o segundo maior exportador de pescado do mundo. As águas gélidas e cristalinas, além do ar frio contribuíram para aumentar o potencial de comercialização do pescado norueguês. No entanto, para experimentar o pescado no primor de seu sabor e qualidade você deverá visitar um mercado de peixes norueguês numa das cidades costeiras. Ou, ainda melhor, pescar a sua própria refeição. O bacalhau do ártico revela o auge de seu sabor e qualidade durante o inverno, quando muitos viajantes chegam ao Extremo Norte com planos de observar as auroras boreais.

Pratos tradicionais com pescado norueguês incluem o famoso salmão defumado, enquanto o peixe salgado ("tørrfisk" em norueguês) foi o maior produto de exportação do país durante muitos anos e ainda é fonte de muito orgulho nas regiões setentrionais, em especial no arquipélago de Lofoten. Rakfisk, ou truta fermentada é um outro prato tradicional para os mais corajosos. O mesmo vale para o mølje, no Norte da Noruega. Outros tipos de frutos-do-mar são normalmente associados ao Sul da Noruega, como por exemplo, os camarões do Mar de Barents, caranguejos e mexilhões.

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E quanto aos queijos? A Noruega conta com algumas invenções famosas, entre elas o ostehøvel, ou fatiador de queijo. Por falar nisso, o fatiador foi criado por Thor Bjørklund, em 1920. Poderá algum dia o queijo da Noruega alcançar a mesma fama? Nós certamente desejamos isso e uma variedade de produtores de queijo vem trabalhando duro para satisfazer mesmo os mais exigentes connoisseurs de queijos. Novamente, a pureza do clima e o frio da região proporciona as condições ideais para a produção do leite de cabra e vaca de altíssima qualidade.

O queijo mais famoso da Noruega é, tradicionalmente, o brunost ou queijo marrom - com o soro de leite coalhado caramelizado. Entretanto, esse sabor não é para qualquer um e muitos estrangeiros experimentam uma vez para nunca mais (dica: saboreie com alguma coisa doce, como os waffles noruegueses). Entretanto, nos últimos anos os queijeiros mais interessantes da Noruega produziram uma variedade de produtos - tudo desde camembert, queijo azul e produtos tradicionais locais como o gamalost e pultost. Atualmente, você encontra mais de 150 produtores de queijo, espalhados desde o Sul da Noruega até Finnmark (Lapônia) no Norte.

A popularização do consumo de alimentos orgânicos tem sido um tema de importância no cenário político da Noruega. Nos últimos anos, o consumo de alimentos sustentáveis explodiu. Muitos dos negócios são administrados por jovens e ambiciosos produtores, ansiosos para experimentar novas técnicas, temperos e processos de amadurecimento.

Além disso, a palavra "kortreist" (literalmente "pouco-viajados") encontrou seu lugar entre os dicionários de culinária norueguesa. A palavra descreve que a produção e o consumo de comidas locais não depende de transportes com altos níveis de emissão de carbono. Muitos dos produtores locais combinam tradições culinárias históricas com técnicas científicas modernas para o desenvolvimento de alimentos com critérios de segurança ambiental.

Os produtos podem ser adquiridos localmente, ou por meio de grandes cadeias de supermercados que enfatizam a qualidade dos alimentos comercializados por produtores locais. Muitos noruegueses também orgulham-se em cozinhar refeições com os próprios alimentos que colhem. Durante o verão e outono, abundam nas florestas as amoras selvagens e saborosos cogumelos e sua colheita é realizada como uma atividade

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Rosângela Cianci

Jornalista, repórter, palestrante, apresentadora, produtora de TV, idealizadora do site Universo de Rose. Incansável observadora do cotidiano, sou apaixonada pelo que faço. Ex-Secretária Executiva, sempre lidei com Diretoria e Presidência, mas, prestes a completar Bodas de Prata na área, resolvi desengavetar um sonho antigo: o Jornalismo. E parti pra nova luta com 40 (e uns anos), pois meu negócio é escrever e conversar sobre assuntos de A a Z...

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