Segundo o Ministério da Saúde, o diabetes é uma doença crônica que atinge 14 milhões de brasileiros. Ela ocorre quando a insulina não é suficiente ou não consegue agir de maneira adequada para metabolizar o açúcar presente nos alimentos e transformá-lo em energia, resultando no excesso de glicose na corrente sanguínea.
“Normalmente, os alimentos sofrem digestão no intestino e se transformam em glicose, que é absorvida para o sangue. A glicose no sangue é usada pelo organismo como energia pela ação da insulina. O diabetes acontece quando o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo ou quando este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada”, explica Denise Costa, endocrinologista do Hospital Barra D’Or.
Existem basicamente três tipos de diabetes: os tipos 1 e 2 e o gestacional. No diabetes de tipo 1, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Por isso, os portadores deste tipo de diabetes necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais. O diabetes tipo 1 é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens, embora possa ocorrer em qualquer idade.
O diabetes tipo 2 é o mais comum, correspondendo a 90% dos casos de diabetes. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade, embora, atualmente, apresente-se também em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana. Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina, porém sua ação é dificultada pela obesidade.
A médica alerta que “Um simples exame de sangue pode acusar o diabetes. Caso haja elevação da glicose, exames adicionais são realizados para confirmar o diagnóstico. Por isso, é importante realizar consultas médicas e exames periodicamente, sob orientação do médico”. Segundo ela, recomenda-se que todos os adultos maiores de 45 anos tenham a glicose de jejum aferida assim como os abaixo desta faixa que apresentem algum fator de risco como: parente de primeiro grau com diabetes, obesidade, hipertensão, aumento do colesterol, ovários policísticos e sedentarismo.
No dia que antecede o Dia Nacional do Diabetes (a data serve para conscientizar a população sobre as maneiras de prevenir, diagnosticar e conviver com a doença no Brasil), amanhã, sexta-feira, 26, o Dr. Alex Leite, coordenador da equipe de Endocrinologia das unidades Itaim e Morumbi do Hospital São Luiz, esclarece seis mitos sobre a doença.
1 – Diabético pode consumir mel e caldo de cana sem problemas
Mito: O consumo destes alimentos não é aconselhável. Eles são ricos em açúcar e podem atrapalhar o controle da glicemia.
2 - A aplicação de insulina causa dependência química
Mito: A insulina não provoca dependência. Quando o paciente precisa deste hormônio com frequência é porque ele realmente é deficiente na produção da insulina.
3 – Não comer doce evita o diabetes
Mito: Além dos doces, outros alimentos também podem se transformar em açúcar no sangue e contribuir para o aparecimento da doença. Entre eles estão os alimentos ricos em amido como pães, bolos, raízes e massas.
4 – A fruta é um alimento liberado para o diabético
Mito: O consumo de frutas tem de ser controlado porque elas contêm um açúcar chamado frutose que pode contribuir para o descontrole glicêmico no organismo. A recomendação é que o diabético coma até quatro frutas ao dia, de tipos diferentes e em horários diversos.
5 - Canela controla o diabetes
Mito: Muitos alimentos, como a canela, podem trazer benefício no controle glicêmico. Porém, não substituem a necessidade de dieta, uso do medicamento e acompanhamento médico periódico.
6 - O diabético está proibido de ingerir bebida alcoólica.
Mito: Ele pode consumir bebidas alcoólicas com moderação e se o médico autorizar. Recomenda-se evitar bebidas adocicadas como vinho doce, caipirinhas que levam açúcar, bem como a cerveja, que contém carboidrato.