Segundona, dia de falar sobre Carreira por aqui. Desta vez, "puxarei a sardinha" para o meu lado, falando um pouquinho do mundo do jornalismo. Mas antes um pequeno resumo do que é encarar esta fascinante profissão, que nem sempre é tão glamourosa quanto parece.
Uma das pautas mais gostosas para se cobrir são as belas primaveras em qualquer cidade ensolarada do mundo, entrevistar personalidades (alguns optam por celebridades), falar sobre assuntos interessantes e envolventes - o tal do "jornalismo cheiroso", cultural. Mas nem sempre ser jornalista lhe dá apenas esta opção, e nem tudo são flores - assim como em qualquer outra carreira. O profissional precisa estar preparado para tudo: para enfrentar coisas belas e feias, tragédias, desgraças, choques, tristezas,... Jornalismo é uma profissão de riscos. O risco de se apaixonar por contar histórias e no meio de uma história morrer tentando contar uma história (vemos isso na TV, às vezes quando tais profissionais morrem "em cena"). E os outros que seguem vivos, ficarem confusos com os tantos riscos para calcular, o que vale a pena correr, o que não vale. Mazelas em geral fazem parte da nossa realidade de jornalista.
Ser jornalista é uma vida sem meio-termo, uma bipolaridade, um paradoxo. Às vezes, você está num palácio, em outras numa comunidade (favela). É amor e é dor. É desfrutar de entusiasmo e apatia no mesmo dia. É ter muitas ideias para o futuro e não ter a menor ideia do futuro. É ser seguramente inseguro. Às vezes, a pauta cai - inteirinha, depois de um trabalhão daqueles, ou seja, não vai "pro ar" porque surgiu um assunto mais importante, relevante. De repente, dá uma vontade louca de viajar o planeta inteiro, outra de ficar quietinho no seu canto - de pijamão, em pleno sábado. Aí numa segunda-feira, você está cobrindo uma mega e imperdível festa com cara de fim de semana.
Não existe "horário comercial", mas sim, 24 h de trabalho em qualquer hora e dia da semana, inclusive, fins de semana, feriados importantes e férias. Parece não ter fim; e pautas, não têm fim mesmo. Sabe aquela ideia: "Saco sem fundo, nunca enche?". Pois é, inclusive nas férias, de repente você se pega idealizando matérias por onde quer que passe e - quer fotografar tudo, agregar o máximo de dados possíveis (e isso porque ele geralmente detesta matemática). Está olhando para algo ou alguém e já tem em mente, tema, lead (introdução pra matéria), quase chega à finalização do tema. E ainda acha "graça" nisso tudo. Mas tem dias que a profissão nos presenteia com surpresas especiais; e a vida fica tão imensa aos olhos de determinados momentos...
Só o amor pela carreira jornalística para fazer que o prossifional desta área prossiga e passe por cima de algumas desilusões - algumas duuuuuras de engolir. Bom, como o assunto não tem fim, quero registrar apenas alguns provérbios desse Universo - às vezes tão complexo, que muda a cada instante, antes que o dia termine. Retirei alguns deles, do Blog http://desilusoesperdidas.blogspot.com:
Vejam só:
- Diga-me com quem andas que eu publicarei na revista de fofocas.
- Depois da tempestade, vem a matéria de enchente.
- Em terra de pessoa jurídica, quem tem carteira assinada é rei.
- Atrás de um grande repórter de TV, há sempre um grande produtor.
- Quem indica amigo é.
- A pressa é inimiga da boa apuração.
- Não há folga que sempre dure, nem plantão que nunca se acabe.
- Mais vale um frila na mão do que cem vagas de correspondente internacional voando.
- Não adianta chorar sobre o furo tomado.
- Quem tem boca vai à coletiva de imprensa filar um rango.
- Devagar se perde o deadline (prazo de fechamento).
Bom, aí está um pouquinho daquilo que chamamos de "Jornalismo diário". Tomara que tenham gostado - e entendido tudo.