Todas as pessoas que gostam de animais de estimação costumam sofrer por antecipação durante o momento que, supostamente, deveria ser prazeroso: o planejamento de viagens. Por se tratar de um período em que é necessário escolher entre deixar o animal ou levá-lo consigo, muitos donos sofrem com a decisão e esquecem-se de verificar que há opções possíveis e viáveis para transportá-los, sem deixar de lado os cuidados necessários e a qualidade de vida dos bichinhos.
Segundo a Dra. Monica Veras, veterinaria, "Durante esse planejamento, é necessário avaliar cuidadosamente o perfil de cada pet, seja ele um cão, gato, pássaro ou, até mesmo, tartaruga, já que cada animal reagirá de uma forma diferente nesse processo. Cães, em geral, costumam ser mais apegados aos seus donos, gatos, por outro lado, já são mais independentes; e as aves, tartarugas ou hammsters possuem mais facilidade para a adaptação", explica.
Para ela, se o dono escolher deixar o seu bichinho de estimação em casa, o ideal é que ele não fique completamente sozinho, pois, caso o animal passe mal, ele não contará com socorro. O ideal é combinar com alguém de confiança para que visite-o diariamente e cuide de demandas como a alimentação e a troca de água, que sempre deve estar fresca e disponível para matar a sede do animal a qualquer momento.
A veterinaria ainda fornece a seguinte dica: "Se a escolha for deixar o pet abrigado em um hotel ou na casa de alguém, a dica é deixar também a sua "caminha" e alguma peça de roupa com o cheiro do dono. Além disso, avisar o cuidador sobre os detalhes da rotina do pet, bem como solicitar que esses costumes não sofram alterações. Caso o cão for ficar em um hotel, antipulgas e carrapaticidas deverão ser aplicados antes da sua ida ao local".
Aos que optam por viajar de ônibus com o animal de estimação, a orientação é acomodá-lo numa caixa de transporte compatível ao tamanho estipulado pela empresa de turismo.
Faça um teste prévio, colocando o animal para se adaptar a ela antes da viagem, assim, na data, ele não estranhará sua brigada temporária durante o trajeto. Essa adaptação deverá ser realizada aos poucos, inicialmente com a inclusão da vasilha de comida dentro da caixa para que o animal entre nela, alimente-se e saia. Em seguida, a alimentação deverá ser inserida e a porta da caixa deverá ser fechada após a entrada do pet; ela só deverá ser aberta após o animal parar de latir. O procedimento deverá ser realizado diversas vezes ao dia e, além da comida, brinquedos ou roupas das pessoas queridas pelo animal também deverão ser inclusos dentro da caixa.
Além disso, o veterinário do pet deverá fazer um atestado de saúde que alegue que o animal está apto a realizar viagens. As vacinas deverão estar em dia, principalmente a da raiva e, caso o local do destino seja propício à leishmaniose, doença popularmente conhecida como calazar, os produtos adequados contra a enfermidade deverão ser aplicados no pet.
A visita pré-viagem ao veterinário somente deverá ser realizada para o exame de rotina, que acarreta no atestado de saúde; caso contrário, ela não é necessária. Os calmantes não são indicados, pois não costumam durar por três horas. Os mais seguros são de ação rápida, duram em média 30 minutos e podem causar delírios, por isso, não são recomendados.
Ultrapassadas as etapas da decisão e da ida, é importante ficar atento às mudanças comportamentais que os pets podem apresentar. Ao chegar ao destino, alguns costumam apresentar certas reações em locais diferentes de seu habitat normal. Alguns cães não se alimentam corretamente e podem ficar latindo e chorando; gatos podem fugir e sofrer de cistite causada por estresse, além de também se recusarem a comer. Já os passarinhos não costumam mudar de comportamento nesses casos.
Durante a volta, as mesmas medidas adotadas durante a ida deverão ser colocadas em prática novamente. Dessa forma, a qualidade de vida dos pets não será prejudicada e todos serão beneficiados só com o lado bom da viagem.
Monica Veras é graduada em Medicina Veterinária pela Unifenas e possui pós-graduação em Fisioterapia Veterinária pela Universidade Metodista. É especializada em Reabilitação Animal pela Universidade de Knoxville (Tennessee). Atua na equipe veterinária da DrogaVET desde 2010 e atualmente é Coordenadora de Eventos na empresa. Concilia seu trabalho na rede com a fisioterapia veterinária e, em 2013, foi à Denver, no Colorado, estudar mais sobre o assunto a convite da OrthoPets Próteses Animais. Também representa a marca no Brasil e na América do Sul.