Quarta, 10 Abril 2019 20:00

Felipe Bronze, eleito um dos 100 melhores chefs do mundo, comanda o Top Chef Brasil na RecordTV e fala conosco sobre Lifestyle

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Chef apaixonado pela culinária, escritor, apresentador, dono dos restaurantes Oro fundado em 2010 no RJ, e recentemente do Pipo aqui em São Paulo, possui uma trajetória marcada por muitos prêmios, inovações e revoluções na cena gastronômica brasileira. Siiim, estou falando de Felipe Bronze, 41 anos, nascido no Rio de Janeiro, um dos chefs mais festejados da sua geração e está entre os principais nomes da gastronomia brasileira contemporânea.

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Felipe Bronze é formado pela Culinary Institute of America, respeitada escola de culinária dos Estados Unidos, em Hyde Park, Nova York, Bronze estagiou em restaurantes como o Nobu e o Le Bernardin, ambos em Manhattan. No Brasil, começou a carreira no fim de 2001, assinando o menu comemorativo de 15 anos do Sushi Leblon. Em 2002, participou como chef executivo da inauguração do Zuka, restaurante de culinária contemporânea elaborada 100% na grelha. Ficou à frente das caçarolas da casa durante dois anos, quando ganhou diversos prêmios gastronômicos. Em 2004, partiu em voo solo e abriu o Z Contemporâneo, um restaurante asiático, com gastronomia arrojada e projeto moderno que ganhou todos os prêmios de gastronomia do Rio de Janeiro daquele ano.

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Casado com Cecilia Aldaz, natural de Mendoza, Argentina, enóloga formada pela Universidade de Mendoza, premiada como Melhor Sommelier consecutivamente pela Revista Veja (2013 e 2014), Cecilia é pesquisadora inquieta do universo do vinho. Eles são pais do pequeno Antonio de 04 anos e já pensam em mudar de mala e cuia para São Paulo assim que conseguirem um colégio para o garoto, pois o cenário de São Paulo, maior polo gastronômico do Brasil o atrai cada vez mais.

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Bronze acumula mais de vinte prêmios, sendo a maioria deles à frente do restaurante Oro, com o qual conquistou duas estrelas no Guia Michelin 2018 (uma importante e respeitada classificação do mundo gastronômico) – feito inédito entre os cariocas. Em outubro, estreou no cobiçado ranking Latin America 50 Best Restaurants também com o Oro, após ter recebido o prêmio One to Watch no ano anterior – dedicado aos restaurantes com potencial para fazer parte da lista. Felipe também está na 67ª posição do ranking dos cem melhores chefs do mundo, organizado pela revista francesa Le Chef. Ainda em 2018, ele desembarcou em São Paulo com o Pipo, em uma nova versão de seu restaurante mais casual. O chef promete fazer dele uma embaixada do Rio na capital paulista, mais precisamente no Museu da Imagem e do Som (MIS).

Mas tamanho sucesso não chegou da noite para o dia. Antes das duas estrelas, Felipe contabiliza uma longa carreira: “Pessoalmente posso parafrasear o Vik Muniz e dizer: levei 20 anos para ganhar a segunda estrela de um ano para o outro!”, brinca. Em seu currículo, também constam centenas de participações em eventos – são cerca de 20 por mês – e em campanhas publicitárias de grandes marcas, como a XP Investimentos.

E Felipe, além de ser mestre na cozinha, tem ampla experiência com as câmaras: ele é o Chef com mais tempo no ar. Em março de 2019, estrea na TV Record, como âncora e jurado do programa Top Chef, reality show entre cozinheiros de maior audiência mundial com produção inédita no Brasil. Atualmente, o chef está à frente de três programas no canal GNT: “Perto do Fogo”, “The Taste Brasil” e “Que Seja Doce”. Em 2018, fez sucesso com o “Jogada de Chef, uma iniciativa inédita na TV do Brasil, exibida, com cortes diferentes, simultaneamente em três canais: GNT, SporTV e Globo (dentro do Esporte Espetacular). No programa, Felipe conversava com craques da seleção brasileira de futebol e preparava receitas que prestigiavam a gastronomia da cidade em que viviam, na Europa, sem deixar de lado as referências brasileiras.

O chef também está nas livrarias. Ele é autor do livro “Felipe Bronze, cozinha brasileira de vanguarda” (editora Sextante, 2012), com fotos do renomado fotógrafo de gastronomia Sergio Coimbra. A obra faz um apanhado da trajetória profissional de Felipe, entremeada por textos como os dos jornalistas Joaquim Ferreira dos Santos e Ana Cristina Reis, o da crítica internacional de gastronomia Luciana Bianchi e dos chefs Massimo Bottura, Quique Dacosta, e Claude Troisgros. Em 2013, a publicação foi premiada na categoria “Livro de Chef”, no “Gourmand World Cookbooks Awards”, sendo o primeiro a ser contemplado nessa categoria no Brasil. Felipe também é autor do livro “Perto do Fogo” (editora Globo), uma coletânea de 90 receitas preparadas na brasa.

felipebronze9Resumindo, Felipe é carismático, talentoso, bem humorado e dono de uma simpatia sem igual; não para, inclusive para dar entrevistas de forma prazerosa - é inovador, inspirador e tem um pique daqueles! E foi na Coletiva de Imprensa de seu novo programa o “Reality Show Top Chef Brasil” que Felipe conversou um pouco mais conosco. Confira!

Universo de Rose – Felipe, estou te vendo todo animado ai com a estreia do Top Chef Brasil, qual sua fonte de inspiração diante de tantas técnicas e conhecimento científico adquiridos?

Felipe Bronze – Estou muito animado mesmo (risos). Caramba, são muitas as minhas fontes de inspiração. Muitos chefs me inspiraram ao longo da carreira, quando eu era garoto ainda e estava começando a me interessar por cozinha e era estudante de gastronomia. O Emmanuel já foi uma de minhas fontes de inspiração – continua ainda até hoje, mas outros muitos amigos, que a profissão me trouxe, eu também me inspiro além disso, em artes, arquitetura, acho que tudo que eu vejo, de alguma maneira se embola e se mistura e sai na minha cozinha é o que eu gosto de fazer, uma maneira de interpretar o entorno todo.

UR – Então, Gastronomia pra você é...

FB – A gastronomia é algo que estimula os sentidos, é uma busca pela perfeição, pelo sublime, mas ao mesmo tempo é algo absolutamente efêmero, que não dura mais do que isso, é algo repetitivo, quase mecânico. Por outro lado, envolve talento, paixão, o domínio de várias técnicas e ainda requer boas doses de inventividade.

UR – O que você mais gosta de cozinhar?

FB – Huuumm, muito difícil de responder, pois sou guloso - como todo gorducho de alma e de cabeça - sou muuuiito guloso, tem dia que eu quero cozinhar alguma coisa mais confortável então eu faço assim uma massinha com queijo simples, mas delicioso e tem dia que eu gosto de uma comida mais desafiadora, uma comida asiática, cheia de pimenta, uma moqueca, um bobó carregado de tempero - e eu adoro temperos, gosto de coentro, de coco, tudo que é tempero forte, é comigo mesmo e adoro também cozinhar na brasa. Acho que não é segredo pra ninguem, todo mundo sabe, quem me acompanha de alguma maneira - então pra mim, o churrasco está presente sempre, seja de carne, de vegetais, de que lado for - feito na brasa.

UR – E o que você faz para manter o corpchio?

FB – (risos) Aí eu treino Jiu-Jitsu 05, 06 dias na semana - feito louco com uma intensidade que exige minha carreira, isso acaba me ajudando bastante a ter essa energia também e aí eu como sem culpa (risos).

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UR – Você destaca a brasa como protagonista na preparação de dois menus em seu restaurante ORO. Traduzindo (risos)...

FB – O primeiro, Criatividade, é feito diariamente com produtos de mercado, respeitando a sazonalidade dos ingredientes e constitui um passeio mais longo pela cozinha. O segundo, Afetividade, mais enxuto, com receitas consagradas e feitos na medida para quem quer apenas 1 prato (risos). Isso promove uma revolução criativa ao destacar a brasa como protagonista na preparação de pratos servidos: Criatividade e Afetividade - ambos tiram o melhor de uma parrilla, um yakitori japonês e de um forno de carvão.

UR – Você acha que os programas culinários – são tantos, colaboram com a gastronomia no Brasil?

FB – Siiim. É uma lupa para reverberar o trabalho dos competidores, mas também mostra a popularização e a democratização da gastronomia. O programa tem um poder imenso de democratizar a comida.

UR – Você é um dos chefs que está mais tempo na TV; vai dar conta de sua agenda com os programas, os restaurantes, o Top Chef?

FB – Sim. Agenda está conciliadíssima. Amo trabalhar, conquistar, preciso de muita energia pra conciliar tudo isso, por isso continuo com todos os programas do GNT - “Perto do Fogo”, “The Taste Brasil” e “Que Seja Doce”. Começo a gravar temporada nova, “Perto do Fogo”, no segundo semestre. Vou tirar 05 dias de férias agora, viajo hoje a noite para comemorar meu aniversário amanhã e daqui a cinco dias estou de volta; aí encaro os restaurantes, os programas, e estou louco para assistir a estreia do TopChef.

UR – O que você espera do Top Chef Brasil?

FB – Pra mim é uma honra, um privilégio fazer o Top Chef porque eu assistia o Top Chef quando era estudante de gastronomia, eu sempre aspirei competir no Top Chef, mas nunca pensei que fosse ficar do outro lado da bancada sentado na mesa de julgamento. Vocês podem esperar a melhor competição, a melhor cozinha do Brasil com grandes cozinheiros e só um Top Chef. É uma competição muito intensa, uma espécie de montanha russa, uma locomotiva em alta velocidade. E eu estou louco para ver como ficou. A chapa vai esquentar!!! (risos)

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UR – Você está acostumado com o público de TV fechada. Acha que este público muda muito na TV aberta?

FB – Eu não sei se sou a melhor pessoa para falar sobre isso. Eu não tenho expectativa como a gente vai falar, se comunicar... Acho que a Gastronomia é uma linguagem universal, você pode colocar uma pessoa humilde com um nobre aristocrata e o resultado são temperos, gastronomia, sabores. O que a gente tá trazendo é sim, uma competição verdadeira, é rock in roll, não para um segundo, não tem alívio, os competidores convivem necessariamente com um formato que a gente busca, uma briga, a gente sai da competição e vai pra casa. O que é legal nisso tudo é que todos têm um fio condutor, á uma paixão em comum pela cozinha, profissionais diferentes e o amor pela cozinha.

UR – Você e os jurados terão personagens no estilo bonzinho, bravo, maternal,...?

FB – Tanto para os jurados, quanto para mim, sobre a gente assumir ou não um personagem, os chefs se tornam amigos, têm expectativas estão competindo e a gente tem formas diferentes de avaliar a cozinha. Nós tivemos conflitos, pois temos visões diferentes, olhando o trabalho dos chefs do outro lado da mesa. Nós, eu e Emmanuel temos essa mesma empatia e o distanciamento pra saber o que cada um fez. No fundo, no fundo, nós temos formas diferentes de avaliar a cozinha. Ele nasceu na França e as vezes, diante de um prato ele comenta “Nossa, isso lembra a minha infância”. A questão não é se um dia a gente acorda de mau humor, é como a gente encara aquilo. Já discordamos – eu tenho a tendência muitas vezes, de valorizar a criatividade. O Emmanuel, a execução e a Ailin, a ideia, que acha ótima e isso as vezes, dificulta de um convencer o outro. O programa é completamente diferente, vocês vão ver só (risos).

UR – Na hora de votar, o que você leva em consideração?

FB – Tem uma coisa que é muito forte, que é a loucura, a beleza do Top Chef, a gente não tem um tipo de cozinha, não é uma prova francesa ou italiana não é assim, a gente tem uma cozinha para provas adversas, então a gente busca nesses chefs que estão numa provação insana. Eu adoro competição, assisto gastronomia desde cedo, consigo entender no final das contas, a gente sabe quem trabalha em restaurantes está sendo avaliado todo santo dia com mesas de 10, 100, ou 500 pratos servidos, estamos sendo avaliados todo dia, o tempo inteiro e não apenas por 03 jurados. Pra mim, a gente tem esta beleza de não ter uma forma única de avaliar e entender. Basicamente, o que eu levo em consideração é: se aquilo me provocou emoção, não estou procurando um chef burocrático. Isso mudou a carreira das pessoas no mundo inteiro. Não estou falando de fama, mas sim da vida dos chefs que entraram na cozinha. Esses chefs vão sair daqui com uma lupa. (risos).

UR – Quem vai ganhar o Top Chef 2019, Felipe?

FB –Os competidores terão de lidar com a convivência, em uma casa localizada em São Paulo, longe do fogão, além das tarefas culinárias. São 16 (dezesseis) cozinheiros profissionais que vão se enfrentar em provas de tirar o fôlego. Quem conseguir superar as provas determinadas pelo programa, domar o nervosismo e agradar ao Felipe Bronze e aos jurados levará para casa o prêmio de R$ 300 mil (Trezentos mil reais).

O Top Chef vai ao ar às quartas-feiras, às 22h30, A atração também estará disponível no PlayPlus, plataforma de streaming e VoD do Grupo Record, que pode ser acessada pelo www.playplus.com.

Fotos: Divulgação / RecordTV / Carlos Cianci

 

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Rosângela Cianci

Jornalista, repórter, palestrante, apresentadora, produtora de TV, idealizadora do site Universo de Rose. Incansável observadora do cotidiano, sou apaixonada pelo que faço. Ex-Secretária Executiva, sempre lidei com Diretoria e Presidência, mas, prestes a completar Bodas de Prata na área, resolvi desengavetar um sonho antigo: o Jornalismo. E parti pra nova luta com 40 (e uns anos), pois meu negócio é escrever e conversar sobre assuntos de A a Z...

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