Talentoso, de bem com a vida, bem humorado, vive em festas – praticamente a semana inteira. Inventou seu espaço e criou sua história. Um charme e elegância em pessoa, estabeleceu um estilo de entrevistar que continua sendo copiado por vários apresentadores de TV. Com ele, os fins de noites paulistanas ganharam brilho e assinatura (é o que dizem os amantes da noite). Ele já entrevistou mais de 50.000 pessoas em 35 anos de carreira e se tornou reconhecido como pioneiro do colunismo social eletrônico.
Jornalista, apresentador de TV, empreendedor. Siiim, ele mesmo, Amaury Jr. Começou bem cedo no jornalismo - aos 14 anos. Paulista de Catanduva, e com formação superior em Direito, advogou, mas assumiu um espaço em São José do Rio Preto que logo se tornaria uma coluna social - já era uma personalidade. Além de assinar a Coluna do principal jornal da cidade se envolvia em vários negócios para aumentar a renda. Com o lema “Não tendo o que vender, vendo a mim mesmo”, seguia. Queria dinheiro no bolso. E com isso, trabalhou muito até chegar até aqui. Passou a comandar programas de rádio e TV e a investir em novos negócios. Continua – até hoje, de forma incansável sempre em busca de alguma novidade para inovar o conteúdo de seu programa diário.
Vale relembrar sobre o lançamento de seu Jornal Dia e Noite lá em Rio Preto, um colega e amigo importante na trajetória de Amaury, o Zé Hamilton (José Hamilton Ribeiro, da rede Globo há décadas), repórter que modernizou o jornalismo brasileiro e ele diz: “o que entusiasmava a gente em relação ao Amaury era a sensação de que ele era autêntico, sincero. Ele queria de fato fazer um bom jornal que não precisava ser modorrento, pesado, beletrista; que poderia ser melhor, bem mais agradável e, ao mesmo tempo ser feito com seriedade. E ele tinha muita facilidade numa área em que nós não tínhamos: a parte comercial. Ele é entusiasmado e não acredita em dificuldades e obstáculos. Ele está entre os melhores repórteres entrevistadores, porque é delicado com o personagem, é cortês, mas não deixa de fazer as perguntas que podem doer”.
Quando Amaury veio para São Paulo, com seus 27anos de idade, final dos anos 70, chegou com a ideia fixa de comandar um formato na TV nunca visto antes nas programações das emissoras: um programa feito nas festas e eventos com imagens daquilo que os jornais descreviam nas colunas sociais. Passou pelo jornalismo de várias emissoras na TV Gazeta e conseguiu emplacar – com 05 minutos de cobertura das festas paulistanas – o início do Flash – e do colunismo social eletrônico. Atuou em vários veículos de comunicação como repórter na TV Tupi, editor da revistaFiesta, colunista no Diário Popular e na revista Status, e fez um programa na Rádio Gazeta.
E Zé Hamilton complementa: “Amaury quando veio para São Paulo, iniciava uma caminhada que faria dele uma celebridade nacional, um mestre no jornalismo de entrevistas e um ícone da televisão no Brasil”. A equipe de reportagem em que ele caiu na Tupi deu a largada a um estilo de telejornalismo que seria adotado em todas as emissoras. Foi uma geração de jornalistas que foram para a TV. Pedi para o Amaury: Que tal ir andando e falando enquanto olha para a câmera? E ele foi. Até então, noticiário era uma coisa muito formal, o apresentador lia seriamente no estúdio e entrava alguém para falar do assunto, explica.
Seis meses depois, Flash foi transferido para a Rede Record no ano seguinte, para a Rede Bandeirantes com uma equipe robusta onde ganhou expressão nacional. Lá, Amaury Jr. ampliou a cobertura do programa, passando a visitar mais festas e eventos fora de São Paulo. Também se tornaram marcantes no Flash as frequentes viagens internacionais (especialmente para Punta del Este e a Flórida). Nessas ocasiões, entrevistava algumas das personalidades e celebridades do mundo afora.
Amaury Jr. trocou a Bandeirantes após 16 anos pela TV Record com grande expectativa de estrear numa nova emissora e muito combustível para a semana toda nas colunas sociais, revistas e sites – virou assunto de Coluna social. Não durou muito. Em 19/11/02, lançou na RedeTV! o Programa Amaury Jr., originalmente exibido de terça-feira a sábado. Além da cobertura regular de festas e viagens - pelo apresentador em pessoa ou pelos repórteres de sua equipe, o atual programa incorpora características de talk show tradicional, com um bloco de entrevistas em estúdio com inovações periódicas.
E nasce sua biografia: “A vida é uma festa” do jornalista e repórter cultural da revista Veja, Bruno Meier, após inúmeras tentativas de negociações e agendamentos. “Durante todo o processo, foram aproximadamente 50 encontros com Amaury, iniciados em sua produtora, onde tinha de dividir sua atenção com as gravações do dia e os telefonemas de empresários e políticos querendo apresentar projetos para divulgar em seu programa. Nas sessões finais em seu apartamento, quando estávamos acompanhados por Celina, sua mulher e colaboradora em sua bem sucedida carreira há mais de 40 anos. Cada encontro chegava a durar 06 h seguidas, interrompidas por uma fala ‘Tchella, quero tomar champanhe. Eu e o Bruno. Chega de entrevista’, e lá chegava uma garrafa do champanhe francês Cristal, com toda pompa e ouvia-se de Amaury: Vivaaaa!”, explica o autor.
runo acompanhou Amaury nos restaurantes mais caros e prestigiados da cidade, foi ao tradicionalíssimo baile de Carnaval do Copacabana Palace no Rio de Janeiro, pois, nesse tipo de evento sentiu, por exemplo, como Amaury era recebido pelos funcionários, as personalidades que o cercavam , o assedio, os presentes que recebia..., e, diante de situações tão óbvias, o livro não poderia ter outro nome: “A Vida é uma Festa!”. Em síntese, o jornalista apresenta pela primeira vez o que Amaury Jr viu, ouviu e viveu nos últimos 35 anos. Casos da noite, da TV, dos grandes nomes dentro e fora do País, que já passaram por seu programa e em eventos.
Engana-se quem pensa que ir a festas todos os dias é super agradável. Apesar da fama de festeiro e viver rodeado de mulheres bonitas, ao ser indagado no lançamento de seu livro se a vida é uma festa, Amaury brincou “… é uma festa somente a noite, porque durante o dia a gente levanta, tem que trabalhar para pagar as contas e resolver um montão de problemas. Mas a noite, pega sua melhor roupa e vai pra festa (risos)”. Eleé casado com Celina Ferreira há mais de 40 anos, tem um casal de filhos – Duda e Amaury Ferreira e 04 netos (um casal de cada filho). Amaury Jr. tem sua própria produtora com aproximadamente 50 profissionais, a Callme Comunicações, que cuida do programa da RedeTV! e de produções paralelas como palestras, vídeos e reportagens institucionais.
Amaury é a janela para um mundo pouco acessível a milhões de espectadores. Inúmeras celebridades brasileiras e internacionais já foram entrevistadas por ele: presidentes da república, empresários, esportistas, cantores, atores, artistas. Nas festas mais luxuosas, nos eventos mais sofisticados ou nas viagens para endereços pouco frequentados. No passado transformou as viagens internacionais em guias e roteiros.
Também escreveu os livros: “Flash fora do ar: revelações e histórias dos 18 anos do programa Flash; Bisbilhotices: segredos e curiosidades das celebridades de todos os tempos e Alemanha - 100 dicas de Amaury Jr.
Na Coletiva de Imprensa, antes do lançamento de seu livro, na Livraria Cultura, na sexta-feira 13, de novembro, Amaury conversou com muitos jornalistas (e curiosos). As entrevistas foram muito ricas, com tanta história pra ouvir, dele, o “Rei das Noites”. Olha só um pouquinho do que o Universo de Rose conseguiu extrair – depois tem mais:
Universo de Rose – Quais os segredos para se fazer uma grande festa, Amaury?
Amaury Jr – Olha, faz cinco décadas que frequento festas. Perdi as contas de quantas participei. Mas com a experiência depois de ter ido a eventos de todos os tipos no Brasil - e fora dele, há uns segredinhos aí: misturar nomes conhecidos de áreas diferentes, fazer um mix de convidados, para que a festa possa repercutir nos meios de comunicação; a bebida tem de ser boooooa, mas não pode passar do ponto; a decoração não pode ser exagerada – ter muitas flores, por exemplo; uma boa música é fundamental! O povo tem que cair na pista e dançar, mas na hora do jantar, por exemplo, sugiro tocar um jazz. A música é capaz de mudar o clima de uma festa; celebridades e uma pitada de diversidade. Gay tem de ter. Eles são falantes e fazem a conexão de grupos que não se conectam.
UR - Como você concilia trabalho, férias e vida pessoal - dá pra separar numa boa?
AJ - Mesmo com uma rotina agitada, sempre conciliei muito bem a vida doméstica com o trabalho. Chamei minha mulher para trabalhar comigo desde o início de nosso casamento e levava os filhos nas viagens. Era o jeito de não cercear a minha convivência com eles.
UR – Qual o papel profissional da Celina no seu dia a dia além do cuidado com a casa, a família?
AJ – Celina é provedora de conteúdo para a atração e minha parceira inseparável. Conversamos sobre tudo, trocamos muitas ideias (às vezes, algumas partem dela). Ela é muito especial. Não fosse por ela ainda estaria lá em São José do Rio Preto. Celina sempre me deu apoio para que eu realizasse meus sonhos.
UR - O que você faz para manter a forma e a saúde em dia?
AJ – Há duas décadas, comecei a pesquisar remédios e vitaminas em farmácias americanas, vasculhando novos lançamentos. Trago novidades que acho interessantes para meus médicos analisarem. Entre os amigos tenho fama de hipocondríaco, por tomar 35 pílulas por dia (risos). Logo de manhã, pego um copo d’água e tomo uns 10 de uma vez. Tenho quase setenta anos e aparento menos idade, graaaaaças aos meeeeeus reméééeédios (risos).
- UR – Com o paladar refinado por conhecer tantos lugares aqui e lá fora, qual o país mais te encanta nas viagens pelo mundo, incluindo a Gastronomia?
AJ - Tem muitos lugares bons por aí. Mas indico o La Chèvre D”Or como o melhor restaurante que visitei em toda a minha vida. Numa de minhas viagens, hospedado em Mônaco, tive a indicação dele que fica na vila medieval de Ezze a apenas 10 minutos. Gostei tanto que durante três dias repeti a escolha. E todo ano, eu repito (risos). Ezze é muito, muito especial: tem uma fantástica vista panorâmica para o Mediterrâneo e ao entrar, depara-se com um cenário celestial onde os aromas de jasmim, buganviles e rosas acompanham o visitante até o Chateau La Chèvre D’Or, que já foi residência do príncipe William da Suécia. La Chèvre D’Or é o melhor restaurante do mundo. O chef Rona Kervarrec é o maestro que rege tal orquestra num concerto dedicado aos prazeres gourmet.
UR – Felicidade é...
AJ – Um momento como esse aqui... ao lado do Bruno, autor da minha biografia, com amigos, bate-papo, esse pessoal todo nos prestigiando...