Meu nome é Daniela do Espírito Santo Vieira. E a minha história de amor começou no trabalho. Durante 12 anos, trabalhei no Grupo Pão de Açúcar, primeiro como secretária, depois como assessora comercial. Por intermédio de uma amiga, conheci o homem que viria a se tornar o meu marido. O nome dele era Jucelino e o ano era 2000. Namoramos 1 ano e 3 meses e logo nos casamos. O nosso primeiro filho, Giovane, veio três anos depois. E no ano de 2007, nasceu o nosso caçula, o Pedro. Ambos fruto do nosso amor e desse grande relacionamento, o qual imaginávamos que seria para a vida inteira.
Durante as agoniantes horas seguintes, enquanto eu aguardava mais notícias sobre o seu estado de saúde, orei a Deus, e pedi veementemente que tudo transcorresse bem e que ele fosse salvo. Foi então que, no começo da tarde, um homem me abordou no corredor do pronto socorro, perguntando-me se eu era a Daniela, esposa do Jucelino. Respondi afirmativamente e ele, então, disse: "Dona Daniela, sou o José, motorista da ambulância que iria transferir o paciente para outro hospital. Porém, como a senhora já está sabendo, infelizmente, não deu tempo. Ele faleceu."
Até aquele momento, eu não sabia da morte do Jucelino. Assim, quando recebi a notícia desta maneira, tão abrupta e inesperada, "cai" em desespero e, aos prantos. Gritava e indagava ao Senhor: "Deus, Deus eu não aceito o que o Senhor está fazendo comigo, você entendeu?! Eu não aceito!". Naquele momento, fui tomada por diversos sentimentos - revolta, tristeza, desamparo, dor, medo, insegurança. O que seria de mim e dos meus filhos tão pequenos (Giovane com 3 anos e Pedro com 1 ano) dali para frente? Como eu iria educá-los sozinha, sem a figura do pai deles ao meu lado? Fiquei completamente desorientada.
Bem neste momento, recebi uma ligação da assistente social do Pão de Açúcar informando-me que eu não precisaria me preocupar com nada referente ao sepultamento do Jucelino, pois a empresa se encarregaria de absolutamente tudo.
Poder contar com esse apoio e cuidado da companhia me trouxe conforto, porque o momento era desolador e eu não sentia mais, sequer, o chão abaixo dos meus pés.
O sepultamento ocorreu em outubro de 2008. Apesar do sofrimento, Deus consolou de sobremaneira o meu coração e meu deu forças para prosseguir. Eu e meus dois filhos. Durante o dia, eu trabalhava e me distraia, o que era positivo pois não sobrava muito tempo para pensar no ocorrido. Contudo, ao cair da noite e quando estava em casa, as lembranças eram fortes e constantes, e eu chorava silenciosamente para não preocupar os meus pais e os meus filhos e lhes servir de porto seguro.
Nos apaixonamos e um novo amor, dado por Deus, nasceu em nossos corações, algo que ambos pensávamos ser impossível. Depois de 86 dias de namoro, nos casamos, em julho de 2011. Iniciamos uma nova família, composta por cinco pessoas: eu e meus dois filhos, e o Roberto e sua filha. Em sinal de recomeço, decidimos ter um filho que fosse fruto do nosso amor. Em agosto de 2012, a família aumentou, nasceu a Ester. Quando achávamos que tudo já estava completo e fazíamos até piada sobre o quão grande era a família, fomos surpreendidos com mais uma gestação. E em março de 2014 nasceu Isabella. Hoje, somos sete no total. Eu (Daniela, 49), o Roberto (58), Babi (25), Giovane (17), Pedro (15), Ester (10) e Isabella (8).
Somos todos imensamente gratos ao Senhor pela oportunidade de um recomeço, e de sermos felizes novamente. Quando confiamos em Deus e cremos nEle, tudo é possível (Marcos 9:23). Nenhum sofrimento é em vão, sempre há um propósito, um ensinamento. No caso da minha família, a lição que aprendemos é que dias melhores vem e que sempre é possível recomeçar. Por onde passamos, temos contado a nossa história e enaltecido o nome de Jesus. Como Jó 1:21, declaramos: "O Senhor deu, o Senhor levou, louvado seja o nome do Senhor."