A atriz Deborah Secco dispensa maiores apresentações, está em constante movimento desde os oito anos de idade. Mas vale lembrar que ela já foi eleita em 2011, a mulher mais sexy do mundo pelos leitores da revista VIP, e escolhida como a mulher do ano pela revista Alfa. No ano seguinte, foi considerada uma das personalidades mais influentes do ano pela revista Isto É. Com mais de 30 personagens na TV, dez peças de teatro e nove longas-metragens, foi na novela das oito da Rede Globo "Suave veneno" (1999) que ela ficou nacionalmente conhecida.

De lá pra cá, após várias andanças, desde 1995, Deborah retornou à Rede Globo onde permanece até os dias atuais. Foi lá que ela atuou em sua primeira novela do horário nobre e já encarnou vários papéis – como protagonista, vilã, mocinha, rica, pobre, sonhadora, e por aí vai. Variedade nos personagens é com ela, uma verdadeira camaleoa, em transformações incríveis – de loira a morena, cabelão ou curtinho, ruiva... "Eu acredito que já interpretei tudo que eu quis, mas sempre tem surpresas a vir. Estou aberta a bons personagens. Eu amo trabalhar. Eu não faço por obrigação. É por prazer mesmo.", garante.

Deborah é casada com o surfista Hugo Moura e dividem tudo na vida pessoal e profissional, procuram curtir cada segundo do “momento família” com Maria Flor, 4, filha do casal. Ela revela que o modelo que compartilhou com ele - o sonho de ser pai, é muito participativo, “Nós temos o mesmo sonho de criar uma família, de sermos presentes, dividir tudo; eu não me relacionaria com uma pessoa que não tivesse esse objetivo e ele me ajuda em tudo mesmo, inclusive me colocar pra cima quando estou meio pra baixo e correr atrás dos meus objetivos.”, afirma ela com os olhos brilhando.

Num bate papo em evento da Ruby Rose, exclusivo para a imprensa e convidados especiais, Dedé Secco (como também é conhecida) nos recebeu após sua participação no Talk - em seu camarim e conversou com o Universo de Rose sobre moda, beleza, boa forma, abriu o coração e contou alguns detalhes de seu atual momento. Confira nosso bate papo!

Universo de Rose – Déborah, te acompanho há muitos anos, você cresceu, mas continua com cara de menina, sempre se renovando. Qual a sua principal fonte de inspiração?

Deborah Secco – Ah, eu acho que são os outros artistas no geral. Eu me alimento muito de arte para fazer arte. Se eu não me alimento de outros autores, outros diretores, outros músicos, se não faço a leitura de livros,... não cresço. Eu preciso de arte para me abastecer. Sem dúvida, é o que me alimenta artisticamente.

UR – Você está em constante movimento, inclusive para acompanhar sua filha em vários momentos. Algum segredinho para manter o pique?

DS – Difícil viu... (risos). Eu não faço exercícios físicos desde que a Maria Flor nasceu mas isso era uma ótima dica. Eu preciso voltar para ter mais energia (risos). Há 04 anos sem praticar nenhum exercício, sem fazer nenhuma dieta e tudo aqui dá certo (risos). Mas de fato, quando eu fazia exercícios, eu tinha mais disposição, eu acho que me fazia muito bem, não só o bem estar mas a saúde mesmo. Vou voltar (risos)...

UR – Mas quando você estava grávida, você se desdobrava na academia, postava no Instagram seu dia a dia... (risos).

DS – Sim (risos) eu me exercitava para ter uma gravidez saudável. Meu personal trainer, há mais de seis anos na época, postava fotos minhas junto com outra aluna grávida em seu perfil no Instagram durante alguns treinos na academia. E segundo ele, o treino que eu estava fazendo era bem fácil, já que eu estava acostumada a treinamentos mais pesados. Comigo ele adotava treinos aeróbicos bem variados mantendo a frequência cardíaca moderada. O que ele fazia é preparar e cuidar do meu corpo durante a gravidez toda. Eu estava bem focada em estar saudável, mudei a alimentação, inclusive...

 UR – Você é gulosa? Do que mais gosta de comer?

DS – Sim, sou muito gulosa (risos)... mas como eu disse, eu tenho - graças a Deus, uma genética muito abençoada, estou há 04 anos sem fazer nenhum exercício ou dieta, mas tudo aqui tá certo (risos). Meu prato preferido é difícil escolher, gosto de pizza, arroz com feijão, batata frita – parece comida de criança, né? Curto muito também massa, brigadeiro, bacalhau, ou seja, tuuudo!

UR – E esses seus looks ma-ra-vi-lho-sos - esse sobretudo amarelão e botas brancas, por exemplo... Deborah, alguém lhe ajuda???

DS – Ah claro, tenho ajuda sim! Eu adoro brincar com a moda. Esse hoje é bem chamativo, bem Vintage, né? (risos). Adoro trabalhar com stylists diferenciados e talentosos e tentar entender e aprender os trabalhos deles, um pouco sobre moda, eles me ajudam muito. Passei a usar (e fazer) coisas de que realmente gosto e vejo que ninguém tem que agradar a todo mundo. Quem quiser gostar da gente tem que nos aceitar do jeito que somos.

UR – E você radicalizou geral com esse cabelo curtinho e castanho...

DS – (risos) Muita gente reclamou de meu cabelo curtinho. Usei cabelo longo a vida toda, apesar de ter um cabelo bem ralo e fino, quase já fui careca, fiz muitos tratamentos e tive muitas transformações ao longo da vida nas novelas. Dias atrás, picotei o cabelo em frente das câmeras, em um momento de desespero e de transformação de minha personagem, a Karola da novela “Segundo Sol”. As tesouradas na TV pareceram puro improviso, mas o antes e o depois da cena contaram com muito planejamento de beleza, sim. Não tive nenhum receio de encarar o desafio. Tesourei para valer, vivendo uma das cenas mais dramáticas da história. E depois, claro, fui direto para a cadeira de uma cabeleireira experiente para fazer os acertos finais. Sabíamos que a Karola passaria por uma transição radical naquele momento da trama, o cabeleireiro Fernando Torquatto, responsável pela caracterização dos atores para essa novela me explicou. Então foi decidido, junto com a direção da novela, que esse momento forte seria sinalizado com uma mudança extrema. A personagem abandonaria os fios longos e exuberantes, associados a luxo, a um apego às aparências, e adotaria um curto radical. Ela se livraria do cabelo para trocar de pele.

UR – E com o novo visual, você mudou o estilo da make?

DS – Quem me conhece sabe que eu adoro mudar e estou apaixonada por esse curtinho. O bacana é que não tem muito segredo, por conta do comprimento eu basicamente já acordo pronta, né? Mas o mais importante é que com a mudança de um corte vem também algumas mudanças internas e externas. Estou optando por maquiagens mais naturais, como produtos que deixam a pele com um brilho bem natural. De dia gosto de uma maquiagem mais leve, bem menininha, com cores neutras. Mas para momentos especiais um olhão preto ou um bom batom vermelho é o que eu gosto de usar para impressionar, afinal um batom muda completamente a make e a postura da mulher. Mas mesmo uma make básica dá trabalhão (risos), estou aprendendo.

UR – Ao que parece, Hugo é um maridão, não é?

DS – Sim, graças a Deus, ele é. E um dos maiores desafios foi encontrar um homem que entendesse a mulher e o quão forte nós somos, como é importante respeitar e admirar uma mulher, além de deixar ela ser o que quer ser. Ralei muito, viu? Muito difícil. Posso falar que, aos 39, conheci um homem assim, que é meu marido. A gente vive em um mundo machista e encontrar um homem feminista é uma sorte, hoje em dia. Somos nós que criamos nossos homens, por muito tempo eles foram surdos para nossa voz...

UR – Além de bom marido, ele é um ótimo pai para a Maria Flor, também...

DS – Muito. Perfeição não existe, mas ele chega bem perto. Se tem alguém, um ser humano que se aproxima da perfeição, esse alguém é ele. Ele dá aula de afazeres. Ele me ensina, não só como pai, como ser humano, como cidadão. O Hugo é um cara realmente muito diferenciado. Sem dúvida, eu posso falar de olhos fechados, que ele é o melhor pai do planeta (risos).

UR – Quando estava grávida, você dizia que queria aumentar a família logo. Há projetos nesse sentido atualmente???

DS – (risos) O Hugo tem muita vontade de adotar. Eu tenho muita vontade de continuar um tempo sendo mãe de filha única. Talvez, dois filhos únicos. Quero aproveitar ela ao máximo. É muito bom e passa muito rápido. A gente tem que dividir com outro filho. Eu prefiro que ela fique grandinha e me ajude a cuidar do outro. Eu conheço muita gente que tem dois filhos únicos assim, com diferença de idade grande.

UR – E vocês impõe limites para Maria Flor em relação às novas tecnologias?

DS – Sim. Tirar o celular totalmente é deixar ela meio alienada, por fora desse mundo tecnológico, onde tudo ela vai precisar fazer ali. Ela tem que aprender. Mas também não podemos deixar muito tempo. A gente estipula horários e inclui outras atividades no dia a dia. Preferimos que ela veja filme na TV do que ver vídeos no Youtube. Ela tem ipad, celular. Mas o celular é mais para saber onde ela está.

UR – Durante o Talk, você mencionou sobre sua exposição nas redes sociais de forma negativa...

DS – É, eu sempre paguei um preço muito caro por falar tudo que eu penso. Por ser uma pessoa muito transparente e verdadeira quando questiono em relação a qualquer tema, mesmo que, às vezes, a minha resposta não seja politicamente correta. Eu não sou politicamente correta, mas eu sempre preferi trabalhar com a minha verdade. Justamente por eu pensar diferente, ser verdadeira, eu paguei um preço muito caro por isso. Acho que hoje, graças a Deus, as mulheres estão muito mais unidas para falar de seus erros e defeitos. As pessoas fingem que tudo é perfeito e apontam o dedo uma para as outras.

UR – E como você lida com os Haters?

DS – Apesar das pessoas maldosas e dos haters, que vão lá comentar para machucar e magoar, as redes sociais viraram um espaço para eu expor mais minhas opiniões diretamente. É um preço que eu pago feliz para ser quem eu sou, para falar a minha verdade, para conviver bem com os meus defeitos, os meus erros, meus acertos. Acho que é muito libertador quando uma mulher pública vai a público e fala que errou. Eu fui falida no amor muitos anos. Eu acho que o país inteiro acompanhou minha vida amorosa, que foi falida há tantos anos. Para mim, era sempre muito bom quando outra mulher vinha a público e também desabafava dizendo que tudo não era perfeito. Quando eu me tornei uma pessoa pública, eu sabia que eu seria essa mulher. Por mais que fosse díficil, por mais que não fosse escolhida para determinadas campanhas publicitárias, eu tenho muito orgulho de ver as mulheres juntas abraçando a verdade das outras, se defendendo. Ver isso acontecer aos 39 anos e ver que a minha filha vai passar tudo isso diferente de mim, que vai ter parceiras para vida, não inimigas, julgadoras, carrascas, isso me faz muito, muito feliz (risos).

UR – Felicidade pra você é...

DS – Felicidade pra mim é ter minha filha e meu marido por perto, dormir e acordar todos os dias com eles...

UR – E trabalhar muito...

DS – (risos) Isso, e trabalhar muito (mais risos).

Imagens: Carlos Cianci / Reprodução/Instagram Deborah Secco