Dormir mal pode causar danos à saúde da pele. Pele descansada é pele mais bonita e saudável
Que uma boa noite de sono faz bem para a saúde todos sabem. Mas além de eliminar o cansaço e auxiliar a repor as energias, o sono faz bem para a pele, pois é durante a noite que ocorre o pico da produção do hormônio do crescimento, elemento importante para a renovação das células e aliado no combate ao envelhecimento.
De acordo com Dra. Carolina Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, “a quantidade de horas de sono necessárias é variável de acordo com as características individuais e idade de cada pessoa. Porém, noites mal dormidas refletem na pele, que perde a viçosidade, fica opaca, além de se acentuarem olheiras e manchas. Na falta de um sono de qualidade, o cortisol, hormônio ativado pelo estresse, permanece em altos níveis e não faz o ciclo como deveria. A consequência direta desse desequilíbrio é a formação de radicais livres e o aparecimento de rugas precoces.”
A médica explica que o repouso imposto pelo sono é o meio natural do organismo refazer suas forças e reorganizar os sistemas para se preparar para nova jornada de atividades. Isso ocorre todos os dias, seguindo um ritmo que se renova a cada 24 horas. “Durante o período de oito horas de sono, podem ocorrer 35 alterações fásicas, ocupando cada ciclo cerca de 90 minutos. Ao final do período de sono há uma mudança completa no organismo, que se traduz por disposição para as ações diárias, capacidade de pensar e sensação de energia em todo o corpo. As células da pele são renovadas aceleradamente e o sistema imunitário é ativado.”
Quando o organismo é forçado a encurtar suas horas de repouso pelo sono, cria-se estresse, que afeta em primeiro lugar, a função imunitária e subseqüentemente todos os outros sistemas e órgãos. Um exemplo é a manifestação cutânea mais conhecida como olheiras, que indica cansaço, falta de repouso ou esgotamento físico. “Esse é apenas um dos sintomas que a falta de repouso adequado reflete na pele. A privação aguda de sono funciona como um processo inflamatório que pode comprometer o equilíbrio da pele e acelerar a degradação do colágeno”, ressalta a dermatologista.
Outro benefício de um bom sono é que ele favorece o rejuvenescimento. Dra. Carolina comenta que pesquisas científicas têm confirmado afirmações antigas. Descobriu-se que o hormônio melatonina, que neutraliza radicais livres, promove o relaxamento geral e favorece o rejuvenescimento, talvez pela facilitação da produção do hormônio de crescimento, começa a ter sua produção aumentada pela glândula pineal a partir do pôr do sol e atinge o máximo de sua atividade entre 22h e 2h da manhã, declinando daí pra frente para chegar ao nível mínimo ao clarear o dia. "Embora a necessidade de sono seja inteiramente individual, parece que dormir nesse intervalo de tempo beneficia a maioria das pessoas. Quem pretende manter a pele com boa aparência e rejuvenescida deve respeitar ao máximo esses horários."
Segundo a dermatologista, a observância da regularidade e quantidade de sono, a preservação do tempo para o lazer e a descontração momentânea em diversas ocasiões são essenciais para a vitalidade dos componentes cutâneos pela produção de mediadores cerebrais. “Para obtenção do melhor rendimento das horas de sono, convém observar o ritmo, ter hora certa para dormir e para acordar e manter um intervalo de três horas entre a última refeição e o adormecer.
A hora mais adequada de se deitar é por volta das 22h. A partir dessa hora até às 2h da madrugada ocorre ativação rejuvenescedora dos tecidos. Dormir muito além desse horário significa perder o descanso rejuvenescedor. O melhor momento para levantar, é por volta das 6 horas”, recomenda Dra. Carolina.