Dietas radicais, estresse e hábitos de vida estão entre as principais causas da perda de cabelo antes dos 50 anos. Laser é uma das novidades no tratamento, informa dermatologista
Se existe um problema que tira o sono de mulheres e de homens é a queda de cabelo. Pesquisa de uma marca de produtos de beleza confirmou algo que elas já suspeitavam: essa perda acontece cada vez mais cedo. Para 80% das entrevistadas, o problema começa aos 25 anos e 3/4 delas culpam a rotina de trabalho, principalmente o estresse.
Segundo o dermatologista Fernando Macedo, da clínica Sthetica, no Campo Belo, em São Paulo, perder alguns fios é aceitável, em média, 100 se desprendem do couro do cabelo por dia. "O problema realmente merece atenção quando a pessoa passa a perceber fios de cabelo no chão da casa, do trabalho e outros ambientes com frequência e em abundância", alerta.
A queixa de queda de cabelos é cada vez mais frequente nos salões e, segundo o especialista, o processo se deve à uma alteração do ciclo capilar chamada de eflúvio telógeno. “Muitos fios que deveriam permanecer na fase de crescimento (fase anágena) entram ao mesmo tempo e antecipadamente na fase de queda (telógena)”, refere o médico. Há diversas causas para isso, a mais conhecida é a que ocorre geralmente alguns meses após o parto, devido à interrupção abrupta dos hormônios que mantinham a gravidez.
Outras possibilidades são dietas rígidas demais e sem acompanhamento médico (que podem levar às deficiências de vitaminas), alterações hormonais do ciclo menstrual ou de outras glândulas do organismo (tireoide, hipófise, supra-renal) e o estresse. “É comum que um estresse importante possa, pelas alterações hormonais que promove, levar à perda importante de cabelos, geralmente 2 a 3 meses depois do ocorrido” afirma o Dr Macedo.
Por fim, alguns hábitos, como uso da escova progressiva - que contém produtos químicos que pode interferir na qualidade do fio, o secador de cabelo quente demais e próximo do cabelo, banhos excessivamente quentes e uso frequente do cabelo preso podem levar à queda dos fios.
Calvície: quando se preocupar? Segundo o dermatologista da clínica Sthetica, a chamada alopécia androgênica afeta homens e mulheres, mas é mais perceptível no sexo masculino. Há uma relação genética, que pode ter sido herdada tanto por lado do pai como da mãe.
"O processo acontece devido à ação de uma enzima (5-alfa-redutase) sobre o hormônio testosterona, em menor quantidade na mulher, mas que resulta num subproduto (DHT; dihidrotestosterona), que age nos folículos pilosos, provocando o seu afinamento, miniaturização e queda definitiva", afirma.
O dermatologista explica: "Diferentemente do aumento da queda de cabelo percebida no eflúvio telógeno, na calvície feminina pode não ocorrer uma perda de cabelos evidente, mas o afinamento progressivo do folículo”. A perda é gradual, percebe-se um menor volume de fios até deixar o couro cabeludo visível. Esse tipo de alopécia pode começar após a puberdade, momento em que os hormônios sexuais começam a ser produzidos.
"A evolução é lenta e o mais comum é ocorrer rarefação difusa dos cabelos, que se tornam finos e tem seu volume diminuído. Dificilmente a mulher chega a ficar careca. É raro, mas isso pode acontecer em casos de maior intensidade e em mulheres de idade mais avançada", avisa o especialista.
Para tratar a calvicie nas mulheres, recorre-se hoje a medicamentos de uso local e também por via oral. Segundo o Dr. Macedo, esses medicamentos podem ser usados com segurança, mas exigem vigilância e acompanhamento médico". Outras técnicas, como o uso de lasers e luzes que estimulam o folículo, também começaram a ser usadas recentemente nesta alteração que aflige tanto as mulheres e que são queixas constantes nos consultórios dermatológicos.
Dr. Fernando Macedo - dermatologista com formação e especialização na Escola Paulista de Medicina - UNIFESP, Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM) e da American Academy of Dermatology (AAD).